Malaquias 1 e 2 amaldiçoando os sacerdotes por
roubo.
O contexto essencial de Malaquias 3:8-10.
Introdução:
Se
vocês já leram os dois capítulos anteriores de Crônicas 31 e Neemias, estão bem
mais preparados para o estudo de Malaquias. Este capítulo vai dar-lhes a
evidência da Palavra de Deus de que os textos de Malaquias 3:8-10 têm
sido interpretados e aplicados incorretamente pela maioria das igrejas cristãs.
Ele mostrará que aqueles que são culpados de roubar a Deus, conforme Malaquias
3:8, são os sacerdotes ministradores e não o povo. Conseqüentemente, os que são
amaldiçoados em Malaquias 3:9 são os sacerdotes, por terem quebrado a Antiga
Aliança. Quando comparada com Números 18:21-24 e Neemias 10:37-b, a
interpretação comum de “trazei todos os dízimos à casa do Senhor” tem se
transformado numa terrível mentira, a qual, para a decência da verdade divina e
para o bem da igreja cristã, deve ser imediatamente detida.
Embora
o Livro de Malaquias tenha apenas 4 capítulos, muitos cristãos jamais o leram
completamente de uma só vez. Por amor à clareza, suplico-lhes que leiam esses 4
capítulos com cuidado e em oração, após terem lido este parágrafo. Enquanto
estiverem lendo, façam a si mesmos estas perguntas: Para quem Deus está falando
nesta seção? Quando começou Ele a falar para um grupo de pessoas? Ele mudou o
seu discurso de um grupo para falar ao outro? Se é assim, qual a evidência que
existe de ter Ele mudado sua fala de um grupo para o outro? Agora, por favor,
parem e leiam todo o Livro de Malaquias.
Este
autor acredita que Malaquias deveria ser dividido em apenas 3 seções. A
primeira seção, de Malaquias 1:1 a 1:5, é a introdução. Deus queria que todo o
Israel, todo o Jacó escutasse esta mensagem porque todos estavam envolvidos, direta
ou indiretamente, com as suas causas e conseqüências. A segunda seção vai
de Malaquias 1:6 a 1:14, mostrando a principal queixa de Deus contra os
sacerdotes arrogantes e desonestos. Esta seção é crucial para o entendimento e
fixação do livro, porque ela provê os campos básicos para todos os demais
problemas do livro.
A terceira seção vai de Malaquias 2:1 a 4:6, sendo o
específico discurso de Deus contra os sacerdotes. Embora o restante de Israel
seja indiretamente afetado pelas ações dos sacerdotes, Deus não muda o Seu
discurso, depois que este tem início em Malaquias 2:1. Este capítulo vai tentar
revelar convincentemente as razões para essa conclusão. Se ela é verdadeira,
então a interpretação é devastadora à lógica comum apresentada em favor do dízimo,
em muitas igrejas cristãs. É especialmente importante descobrir a verdadeira
significação de Malaquias 3:8-10.
Malaquias
1:1 - O peso da Palavra do SENHOR sobre Israel por Malaquias.
A
primeira parte de Malaquias é dirigida diretamente a “Israel” (Malaquias 1:1),
“Judá em Israel” (Malaquias 2:11) e aos “sacerdotes” de Israel (Malaquias 1:6 a
2:1). Do Êxodo até o Calvário, o dízimo foi ordenado à nação especial de
Deus, Israel, e SOMENTE a Israel (Levítico 27:34; Números 18:23-24;
Deuteronômio 12:5-6,11; Hebreus 7:5). Até mesmo os dízimos dos prosélitos
(convertidos não israelitas) não tinham permissão de entrar no Templo.
Importante! Em Malaquias 1:6, Deus começa falando
especialmente aos sacerdotes, os ministros, e não ao povo. Sigam a trilha da palavra
“vós” para determinar se e quando Ele pára de falar especificamente aos
sacerdotes!
Os
pecados dos sacerdotes - Malaquias 1:6-14.
(ML
1:6) - O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou pai, onde
está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o meu temor? diz o SENHOR
dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em
que nós temos desprezado o teu nome?
(ML
1:7) - Ofereceis sobre o meu altar pão imundo, e dizeis: Em que te
havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do SENHOR é desprezível.
(ML
1:8) - Porque, quando ofereceis animal cego para o sacrifício, isso não é
mau? E quando ofereceis o coxo ou enfermo, isso não é mau? Ora apresenta-o ao
teu governador; porventura terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa?
diz o SENHOR dos Exércitos.
(ML
1:9) - Agora, pois, eu suplico, peça a Deus, que ele seja misericordioso
conosco; isto veio das vossas mãos; aceitará ele a vossa pessoa? diz o SENHOR
dos Exércitos.
(ML
1:10) - Quem há também entre vós que feche as portas por nada, e não
acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR
dos Exércitos, nem aceitarei oferta da vossa mão.
(ML
1:11) - Mas desde o nascente do sol até ao poente é grande entre os
gentios o meu nome; e em todo o lugar se oferecerá ao meu nome incenso, e uma
oferta pura; porque o meu nome é grande entre os gentios, diz o SENHOR dos
Exércitos.
(ML
1:12) - Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do SENHOR é impura, e
o seu produto, isto é, a sua comida é desprezível.
(ML
1:13) - E dizeis ainda: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao
desprezo, diz o SENHOR dos Exércitos; vós ofereceis o que foi roubado, e o coxo
e o enfermo; assim trazeis a oferta. Aceitaria eu isso de vossa mão? diz o
SENHOR.
(ML
1:14) - Pois seja maldito o enganador que, tendo macho no seu rebanho,
promete e oferece ao Senhor o que tem mácula; porque eu sou grande Rei, diz o
SENHOR dos Exércitos, o meu nome é temível entre os gentios.
Malaquias
1:6 - Conforme
os versos 1:6 e 2:1, Malaquias é especificamente endereçado aos ministros
desonestos, isto é, aos sacerdotes da Antiga Aliança. Estes dois versos -
1:6 e 2:1 - são a chave para se entender o Livro de Malaquias. Estes dois
versos realmente REVERTEM o que tem sido ensinado à maioria de nós, por toda a
nossa vida. Quando vocês estudarem o restante de Malaquias, não esqueçam o
contexto destes dois versos. Deus está censurando especificamente os seus ministros,
os sacerdotes, e não o povo.
O primeiro “vós”
em Malaquias 1:6 refere-se aos sacerdotes. Eles são culpados de desonrar Deus e
desprezar o Seu nome.
Malaquias
1:7-8
- Deus está censurando os ministros por Lhe darem o que ninguém mais
deseja receber. Ao fazer isso, os ministros são culpados de desprezar “a
mesa do SENHOR”. Notem que Deus não diz que eles não “têm” as ofertas adequadas
para presenteá-Lo. Não há razão para se concluir que os ministros eram forçados
a dar alimento estragado porque eles não tinham nada mais para dar.
Malaquias
1:9
- Deus criticou os SACERDOTES (e não o povo) por Lhe trazerem OFERTAS
inaceitáveis. Ele disse que o seu governador nem sequer aceitaria essas ofertas
de animal coxo e enfermo para a sua mesa. Isso porque o governador sabia que
esses ministros tinham uma porção de animais bons e saudáveis para ofertar no
sacrifício dos primogênitos e da sua porção de animais dizimados. Por que
isso é verdade? Porque Neemias havia ordenado que o povo trouxesse essas
ofertas e elas vieram em tal abundância que novos silos se fizeram necessários.
(Ver Neemias 10:35-38; 12:44, 47; 13:4, 5, 12, 13).
Malaquias
1:10
- Deus estava extremamente zangado com os sacerdotes. Ele lhes disse que
parassem toda a adoração hipócrita. Ele não estava satisfeito com os sacerdotes
e não aceitaria deles essas ofertas insignificantes.
Malaquias
1:12
- Os sacerdotes eram culpados de profanar o Nome de Deus. Seus sacrifícios
desagradáveis revelavam o seu muito pecaminoso desprezo por Deus.
Malaquias
1:13 -
Este é um texto muito interessante. A BKJ diz “that which was torn”; a NVI diz “injured”; a NAS, NBKJ e a
TLB dizem “by robbery” ou “stolen” e a RSV diz “taken by violence”. No caso de
“stolen” (roubado) então significa que os sacerdotes haviam de algum modo
apanhado uma porção “maior” do que a que lhes era legalmente destinada. Visto
como as primícias, os primogênitos e as ofertas iam diretamente para eles, os
sacerdotes não poderiam ter roubado esses itens (Neemias 10:35-37-b). Contudo,
os sacerdotes poderiam ter apanhado a porção dos levitas do dízimo da
casa do tesouro (Neemias 13:10-11).
Malaquias
1:14
- Os que lêem somente a maldição de Malaquias 3:9 não verificam que a palavra maldição
havia sido antes usada 4 vezes por Malaquias, amaldiçoando os sacerdotes.
Esta primeira maldição de Malaquias 1:14 é muito claramente dirigida aos
sacerdotes, os ministros do Velho Testamento. O sacerdote já “TEM” animais
aceitáveis para o sacrifício. Deus não os desculpou porque o povo não houvesse
pago apropriadamente os dízimos.
Castigo
dos sacerdotes - Malaquias 2:1 a 2:16
(ML
2:1) - AGORA, ó sacerdotes, este mandamento é para vós.
(ML
2:2) - Se não ouvirdes e se não propuserdes, no vosso coração, dar honra
ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e
amaldiçoarei as vossas bênçãos; e também já as tenho amaldiçoado, porque não
aplicais a isso o coração.
ML
2:3) - Eis que reprovarei a vossa semente, e espalharei esterco sobre os
vossos rostos, o esterco das vossas festas solenes; e para junto deste sereis
levados.
Malaquias
2:1
- Porque em razão de sua vital relação com o restante do Livro de Malaquias,
este verso se torna a chave de ouro para a sua interpretação! Pela
segunda vez, Deus deixa meridianamente claro que Ele está se dirigindo aos
sacerdotes!
Visto
não haver outro texto correspondente no Livro de Malaquias mostrando que Deus
tenha mudado Sua principal audiência, então a conclusão deve ser que Deus não mudou
Sua audiência pelo resto do livro. O capítulo 2 prossegue com a condenação de
Deus aos SACERDOTES. Após descrever alguns pecados deles - de Malaquias 1:6 a
Malaquias 1:14 - Ele agora descreve o seu castigo.
Malaquias
2:2 -
Quantos pregadores ignoram este texto, quando pregam sobre a maldição de
Malaquias 3:9! Será por que estas 2ª, 3ª. e 4ª menções de MALDIÇÃO neste livro,
(como também a primeira) são novamente dirigidas aos próprios ministros? Nada
pode ser mais claro neste texto!
Malaquias
2:3 -
“Espalharei esterco sobre os vossos rostos...” Este verso mostra a
extensão da ira divina contra os sacerdotes. Ele, definitivamente, não se lamenta
por não terem eles dízimos, ofertas e primogênitos para Lhe ofertarem.
Os
sacerdotes quebram a sua aliança especial com Levi -Malaquias 2:4-10.
(ML
2:4) - Então sabereis que eu vos enviei este mandamento, para que a minha
aliança fosse com Levi, diz o SENHOR dos Exércitos.
(ML
2:5) - Minha aliança com ele foi de vida e de paz, e eu lhas dei para que
temesse; então temeu-me, e assombrou-se por causa do meu nome.
(ML
2:6) - A lei da verdade esteve na sua boca, e a iniqüidade não se achou
nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão, e da iniqüidade converteu a
muitos.
(ML
2:7) - Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da
sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do SENHOR dos
Exércitos.
(ML
2:8) - Mas vós vos desviastes do caminho; a muitos fizestes tropeçar na
lei; corrompestes a aliança de Levi, diz o SENHOR dos Exércitos.
(ML
2:9) - Por isso também eu vos fiz desprezíveis, e indignos diante de todo
o povo, visto que não guardastes os meus caminhos, mas fizestes acepção de
pessoas na lei.
(ML
2:10) - Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus?
Por que agimos aleivosamente cada um contra seu irmão, profanando a aliança de
nossos pais?
Malaquias
2:4-7 - Não
deveremos esquecer estes versos, quando estivermos lendo Malaquias 3:7, o qual
é o contexto imediato para os textos de dizimar em Malaquias 3:8-10.
Muito embora seja verdade que a aliança de Deus com todo o Israel INCLUÍA
a Sua específica aliança com os sacerdotes da Tribo de Levi, A ÚNICA ALIANÇA
ESPECÍFICA mencionada no Livro de Malaquias é a aliança de Deus com os
SACERDOTES. Estes versos sobre a aliança de Deus com Levi fazem-nos
lembrar que, quando a nação de Israel pecava, Deus responsabilizava primeiro os
sacerdotes, por não viverem vidas retas diante da nação e por não ensinarem
corretamente a Sua Palavra, como haviam feito, quando a nação era jovem.
Malaquias
2:8
- O sacerdote tinha por obrigação ser o MENSAGEIRO de Deus para o Seu povo.
MALAQUIAS em Hebraico significa MEU MENSAGEIRO. O vocábulo (na Strong 4397)
ocorre mais de 200 vezes no Velho Testamento, sendo na maior parte das vezes
traduzido como “anjo”.
Malaquias
2:9 -
Os sacerdotes merecem e recebem o desprezo divino neste verso. Eles haviam
decidido entre eles quais seriam as partes da Lei que iriam observar e ensinar.
Malaquias
2:10
- Notem que o pronome muda de “vós” para “nós”. O Senhor parou,
temporariamente, de falar, no verso 9, sendo agora Malaquias quem fala. Tendo
em vista que o nome Malaquias significa Meu Mensageiro, é bem provável
que ele mesmo fosse um sacerdote. Isso quer dizer que esse “nós” significa
“nós, os sacerdotes”.
Contudo,
se Malaquias (como profeta) está falando para todo o Israel, então esse
“nós” significa “toda a nação”.
Este
texto poderia pertencer, argumentavelmente, a Malaquias 2:1-9 ou a
Malaquias 2:11-12. Contudo, tendo em vista que é usada a palavra aliança
em 2:5 e 2:8, para mais especificamente se referir à aliança de Deus com os
sacerdotes, não existe qualquer razão para se crer que Malaquias tenha mudado
abruptamente para a aliança geral com todo o Israel.
Em
Malaquias 2:10 a mensagem de Malaquias aos sacerdotes é “Não temos nós o
mesmo Pai?” (referindo-se aos sacerdotes e à nação de Israel).
“Não nos
criou o mesmo Deus?”
Então, quando nós, os sacerdotes, pecamos por
violar a nossa especial aliança com Levi, tratamos traiçoeiramente todo
mundo na nação, porque nossa aliança é parte da aliança com Ele. Isso nos leva
aos pecados de Judá.
Judá
e Israel têm profanado o nome de Deus (Malaquias 2:11-12).
(ML
2:11) - Judá tem sido desleal, e abominação se cometeu em Israel e em
Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do SENHOR, o qual ele ama, e se
casou com a filha de deus estranho.
(ML
2:12) - O SENHOR destruirá das tendas de Jacó o homem que fizer isto, o
que vela, e o que responde, e o que apresenta uma oferta ao SENHOR dos
Exércitos.
Malaquias
2:11
- Quer seja nos versos 2:10 ou 2:11, a maioria dos comentários diz que Deus
mudou o Seu discurso, em que falava somente aos sacerdotes, para agora falar a
todo o Judá. As razões apresentadas para tal mudança incluem a menção da
condenação divina ao divórcio que todo o Judá havia cometido (Ver Esdras 9-10 e
Neemias 13).
Tendo
em vista que nem essas conclusões nem a minha são infalíveis, permitam-me
discordar, apresentando minhas razões:
Primeira, Os versos 11 e 12
estão na terceira pessoa, isto é, Deus ainda está falando PARA os sacerdotes,
porém está falando sobre Judá e Israel. Os pecados cometidos pelos
sacerdotes também haviam sido cometidos pelo resto da nação. Deus faz dos
sacerdotes os líderes espirituais responsáveis pelo bem estar de toda a
nação. Isso se torna claro nos versos de Malaquias 2:4-9. Em Esdras 10, os
sacerdotes são purificados antes que o resto da nação o seja.
Segunda, Enquanto se torna
muito evidente que Deus mudou Sua audiência da nação para os sacerdotes, em
Malaquias 1:6 e 2:1, não existe qualquer declaração correspondente ao pronome
“vós”, tal como: “E agora, Judá, isto é para vós”, para indicar que a Sua
audiência retrocedeu.
Malaquias
2:12
- A não ser que os sacerdotes e o restante de Judá se separassem de suas
esposas pagãs e voltassem às esposas israelitas, eles seriam “cortados” e
proibidos de entrar no ritual de adoração no Templo, passando a ser
considerados como “não israelitas”.
Deus
continua falando aos sacerdotes
ML
2:13 - Ainda fazeis isto outra vez, cobrindo o altar do SENHOR de lágrimas, com
choro e com gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a
aceitará com prazer da vossa mão.
(ML
2:14) - E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e a
mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua
companheira, e a mulher da tua aliança.
(ML
2:15) - E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por
que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em
vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. (Aqui temos uma
dificuldade na tradução).
(ML
2:16) - Porque o SENHOR, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e
aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o SENHOR dos Exércitos;
portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais.
Malaquias
2:13 - A
segunda pessoa “vós” significa Deus falando aos sacerdotes. Primeiro, do verso
10 ao 12, os sacerdotes eram culpados de agir traiçoeiramente, como sendo os
primeiros a se divorciarem de suas esposas, deixando de censurar esse pecado.
Agora, “novamente”, segundo, em Malaquias 2:13, Deus está censurando
a hipocrisia dos sacerdotes, por continuarem a oferecer sacrifícios, enquanto
vivem em rebelião. Este texto tem uma forte relevância contra os
sacerdotes porque eles eram os que literalmente choravam sobre o altar. O povo
de Judá e Israel não tinha acesso direto ao altar, portanto não poderia
literalmente “cobrir o altar do Senhor de lágrimas”.
Segundo Neemias,
Deus estava muito mais desgostoso com os sacerdotes do que com o resto do povo,
por causa dos seus casamentos mistos com mulheres pagãs. (Neemias 13:23-30).
Malaquias
2:14-16
- Deus defende as esposas israelitas.
Malaquias
3 e 4
O
JULGAMENTO DIVINO DO SACERDÓCIO
(Concordando
com Neemias 10:35-38; 13:4-13; 2 Crônicas 31:15-19 e Malaquias 1 e 2).
(ML
2:17) - Enfadais ao SENHOR com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o
enfadamos? Nisto que dizeis: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do
SENHOR, e desses é que ele se agrada, ou, onde está o Deus do juízo?
(ML
3:1) - EIS que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante
de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o
mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o SENHOR dos
Exércitos.
(ML
3:2) - Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando
ele aparecer? Porque ele será como o fogo do ourives e como o sabão dos
lavandeiros.
(ML
3:3) - E assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará
os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata; então ao SENHOR trarão
oferta em justiça.
(ML
3:4) - E a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao SENHOR, como
nos dias antigos, e como nos primeiros anos.
Malaquias
2:17 - Este
texto, junto com Malaquias 2:13, deveria ser evidência suficiente de que Deus
jamais deixou de falar diretamente aos sacerdotes e ainda não está falando ao
povo em geral.
O texto é mera repetição da zombaria que os sacerdotes haviam
feito contra Deus, através dos dois primeiros capítulos. A resposta divina à
pergunta final “Onde está o Deus do juízo?” é endereçada aos SACERDOTES
nos seguintes versos:
Malaquias
3:1
- O julgamento divino da purificação começará pela Sua casa, no Seu Templo, com
os Seus sacerdotes que têm a principal responsabilidade de ensinar a verdade.
Os pregadores que pregam o dízimo muitas vezes têm usado profeticamente
de modo correto estes textos, a fim de ensinar a respeito de João Batista
ou de Jesus Cristo. Conquanto tais aplicações sejam verdadeiras, em vista do
princípio do cumprimento múltiplo, elas não são o foco principal do contexto.
Usando o princípio do cumprimento múltiplo (no Grego apotelesmatic), estes
textos têm pelo menos três possíveis cumprimentos.
O primeiro é óbvio aos que
estão familiarizados com o Novo Testamento. O próprio Jesus citou estes textos
referindo-se a João Batista, o qual preparou o caminho para o Seu ministério e
Sua ação purificadora do Templo (Malaquias 4:5; Mateus 3:3; 11:10-11; Marcos
1:2-3; Lucas 1:76; 3:4; 7:26-28; João 1:6, 7, 23; Isaías 40:3-5).
O segundo
cumprimento é o próprio SENHOR, porque o pronome nos textos se refere a Deus
vindo em Sua ira e fogo. Foi o Messias, não João Batista, quem apareceu como
fogo refinador, para purificar e corrigir o sacerdócio levítico, em Sua
primeira vinda.
Também a grande esperança messiânica de Israel antecipa o
Messias, o Qual estabelecerá a legítima adoração no Templo, na Sua vinda em
glória, no final dos tempos: “Lembra-te deles, Deus meu, pois contaminaram o
sacerdócio, como também a aliança do sacerdócio e dos levitas [pelos
casamentos mistos com os pagãos]. Assim os limpei de todo o estrangeiro, e
designei os cargos dos sacerdotes e dos levitas, cada um na sua obra. Como
também para com as ofertas de lenha em tempos determinados, e para com as
primícias; lembra-te de mim, Deus meu, para bem.” (Neemias 13:29-31).
Sem
mencionar quão verdadeiros são os dois cumprimentos previamente mencionados, o
imediato CONTEXTO histórico aponta para um literal sacerdócio de Malaquias, do
sacerdote Esdras ou do próprio governador, usando “Malaquias” como
pseudônimo. Muitas (senão todas as) profecias messiânicas, tiveram um
cumprimento pré-messiânico contextual histórico, para o povo que vivia quando a
profecia foi pronunciada.
Se
Malaquias é, de fato, uma pessoa real, (comparar com Ageu 1:13), ele
continua sendo o porta-voz de Deus e do governador. Foram o sacerdote (Esdras)
e o governador (Neemias) que tiveram o literal zelo de literalmente
purificar o corrupto sacerdócio e restaurar os sacerdotes à sua aliança (Esdras
9-10; Neemias 13:8-13, 29-31). Não devemos ignorar o contexto histórico do
Livro de Malaquias em Neemias.
Os
primeiros versos do capítulo continuam o discurso de Deus aos sacerdotes, o
qual teve início em Malaquias 1:6 e continuou em Malaquias 2:1. No verso 2:17,
quando os sacerdotes indagam zombeteiramente: “Onde está o Deus do juízo?” Deus
responde-lhes dizendo que o julgamento vai começar pelo Templo (com eles)
(verso 3:1) Os filhos de Levi e não o povo é que deveriam ser
purificados (Malaquias 3:3).
(Malaquias
3:4)
- Somente depois que Deus tiver “purificado os filhos de Levi e os tiver
refinado como ouro e como prata é que eles poderão oferecer ao Senhor uma
oferta de justiça”. E somente, então, “a oferta de Judá e de Jerusalém será
agradável ao SENHOR”
Mais
pecados dos sacerdotes
(Malaquias
3:5)
- “E chegar-me-ei a vós para juízo; e serei uma testemunha veloz contra os
feiticeiros, contra os adúlteros, contra os que juram falsamente, contra os que
defraudam o diarista em seu salário, e a viúva, e o órfão, e que pervertem o
direito do estrangeiro, e não me temem, diz o SENHOR dos Exércitos”.
Para
serem corretamente entendidos os textos de Malaquias 3:8-10 sobre o dízimo
devem ser conectados ao seu contexto. Então, para se entender o dizimar
em Malaquias, a completa discussão anterior foi necessária para esclarecer o
contexto do capítulo 3 e, especialmente, os versos 5-7. Novamente, de Malaquias
1:6 até 4:6, o contexto é endereçado principalmente aos sacerdotes e não a toda
a nação. O pronome “vós” deste verso continua o “vós” dos versos 2:17;
3:1-2 que se refere aos “sacerdotes”.
Concorda-se,
geralmente, que Malaquias e Neemias viveram no mesmo lugar e no mesmo período
da história e que ambos os ministérios terminaram aproximadamente em 400 a.C.
Contudo, é impossível datar Malaquias sem controvérsia. Os eruditos têm feito educadas
suposições sobre várias datas, geralmente embasadas em pressuposições.
Por
exemplo, será que o roubo dos dízimos aconteceu enquanto Neemias esteve ausente
de Jerusalém, ou, o que é estranho, após ter sido recebido aquele excesso de
suprimentos? Será que os ladrões são os cidadãos comuns de Judá ou teriam sido
os sacerdotes que guardaram alguns dízimos das câmaras do tesouro, ou
então, não entregaram aos levitas a sua porção dos dízimos, segundo
Neemias 13:10-11?
POR
FAVOR, SIGAM CUIDADOSAMENTE ESTA DISCUSSÃO - Em Neemias capítulos 10-13, o povo
havia sido pressionado por Neemias a trazer as primícias, os primogênitos, as
ofertas, os dízimos e moedas ao Templo. O povo trouxe tanto que foi necessário
construir novas câmaras do tesouro.
Pelos
seguintes motivos, este autor acredita que aqueles que mereciam castigo em
Malaquias 3:5 são, novamente, os sacerdotes levíticos e não a nação como um
todo.
Primeiro, pode exata e
facilmente argumentar-se que Malaquias poderá ter acontecido após
Neemias 10-12 (possivelmente durante Neemias 13:1-11), sendo uma descrição dos
pecados dos sacerdotes em reter os dízimos, não dando a Deus o melhor e não
provendo alimento para os levitas, seus auxiliares, e outros necessitados
listados no verso 5. Isso explicaria Neemias 13:10: “ Também entendi que os
quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os
cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada um para a sua terra.”
Segundo,
alguns
mestres do dízimo insistem em que Malaquias estava descrevendo a condição de
Judá, antes ou muito depois de Neemias ter reforçado o dizimar, nos
capítulos 10-13. Tal suposição transforma os sacerdotes em vítimas, em vez de
ladrões. Contudo transformar os sacerdotes em vítimas é o oposto do que flui em
todo o Livro de Malaquias. Por exemplo, não existe indicação alguma de que os
sacerdotes fossem inocentes, porque eles não tinham ofertas aceitáveis para
levar a Deus. O oposto é que é a verdade. Deus os acusou de terem retido
as ofertas aceitáveis (Malaquias 1:14).
Terceiro, Não há razão para
crer que Neemias tivesse exigido que esse dízimo obrigatório ocorresse
apenas uma vez ao ano. Conhecendo Neemias, devemos concluir que ele continuou a
prática em todos os anos seguintes.
Quarto, Os sacerdotes
eram culpados de feitiçaria. Como lideres religiosos responsáveis, eles
haviam dado mau exemplo. Eles haviam dito que “a mesa do Senhor é
desprezível” (Malaquias 1:7, 12 e 2:8). Os sacerdotes eram culpados
de adultério, por terem trocado suas esposas hebréias por mulheres
pagãs, o que lhes mereceu uma disciplina especial da parte de Esdras e Neemias.
(Esdras 10; Neemias 13:28-30. Eles também eram culpados de falso juramento
(Malaquias 1:13-14).
Quinto, uma omissão
da lista no verso 5 pode prover uma boa razão para se concluir que esse texto é
dirigido exclusivamente aos sacerdotes levíticos. Na Lei, os levitas são sempre
os primeiros na lista de pessoas merecedoras do dízimo, porque eles não
recebiam terra alguma e serviam a Deus em troca do primogênito, supondo-se que
eram identificados como os mais pobres em Israel.
A
ordenanças do dízimo em Deuteronômio 14:27-29 e 26:12-13, alistam tanto
os “os levitas, estrangeiros e órfãos como as viúvas” como recebedores
elegíveis dos dízimos. Esta mesma lista é também verdadeira, quando os dízimos
eram trazidos às festas (Deuteronômio 16:11-14). Contudo, muitos textos
mencionam os órfãos, as viúvas, os estrangeiros e omitem os levitas (Ver
Deuteronômio 10:18; 24:14, 19-21; Salmos 94:6; 146:9; Jeremias 7:6; 22:3,7 e
Zacarias 7:10).
Se
Malaquias 3:5 se refere a toda a nação pecando por oprimir o necessitado, por
não trazer o dízimo, então, POR QUE os sacerdotes não são incluídos na lista
dos que necessitavam dos dízimos? A lógica nos diz que NOVAMENTE os sacerdotes são
os OPRESSORES em vez de os OPRIMIDOS.
Sexto, Desse modo, em
Malaquias, os sacerdotes (e não o povo) é que realmente receberam a terrível
condenação divina! Eles foram considerados culpados de uma longa lista de
pecados, incluindo a maldição por roubo (Malaquias 1:6,14). “Maldito seja o
ladrão que tem no seu rebanho um macho e vota e sacrifica ao Senhor uma coisa
corrompida” (?) Neemias 13:11 deve referir-se principalmente aos sacerdotes
liderando o Templo, como sendo os culpados de roubar os dízimos dos
levitas (somente as porções destes).
“Então
contendi com os magistrados, e disse: Por que se desamparou a casa de Deus?
Porém eu os ajuntei, e os restaurei no seu posto”.
(ML
3:6) - Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não
sois consumidos.
(ML
3:7) - Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e
não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós, diz o SENHOR
dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
Malaquias
3:6 - Este
texto sempre tem sido interpretado para significar que Deus não muda e sempre e
sempre vai exigir os 10% do Seu povo, quer se trate da nação de Israel na
Antiga Aliança ou da Igreja, na Nova Aliança, ou dos crentes mais pobres e
necessitados.
Contudo,
o texto sugere algo totalmente diferente. Visto como Deus é justo e não deseja
castigar o justo com o culpado, então Ele julgará os pecados dos sacerdotes
(Malaquias 3:1-4), os quais já chegavam a uma grande extensão (Malaquias
2:1-7), amaldiçoando-os 4 vezes. Deus não muda com respeito ao julgamento
(2:17-3:4). Ele colocou a responsabilidade final pelos necessitados nas mãos
dos sacerdotes (Malaquias 3:5) e Deus não muda nem livra os sacerdotes culpados
dos seus deveres.
Por
conseguinte, neste contexto, a expressão “Deus não muda” significa que Ele
nunca muda sobre o julgamento do pecado. Deus guarda as promessas de Sua
Aliança, tanto de bênçãos como de maldições.
Malaquias
3:7
- É totalmente desonesto ignorar o contexto dos versos 3:1-7 e começar a
ensinar o dízimo a partir do verso 8. Novamente eu pergunto: “Deus está falando
aos sacerdotes ou mudou de direção, para se dirigir a toda a nação de Israel
neste verso?” Embora não encontremos uma indicação a partir da frase “desde os
dias de vossos pais”, podemos concluir honestamente que Deus está falando aos
israelitas e não à igreja.
A
segunda frase “dos meus ESTATUTOS, e não os guardastes” provê uma
conclusão sobre a audiência de Deus. Vocês já leram a exata significação da
palavra estatuto, a qual estabelece o dizimar? Ela
se encontra em Números 18, o capítulo fundamental sobre o dizimar.
“Estatuto” e “Ordenança” ocorrem várias vezes nesse capítulo (Números 18:8, 11,
19, 23).
Toda
a Lei de Moisés, ou Antiga Aliança, consistia de mandamentos, ordenanças
[estatutos] e julgamentos. As ordenanças ou “estatutos” eram o serviço
cerimonial de adoração, os quais detalhavam cada aspecto do serviço dos
sacerdotes dentro do santuário. Notem que Deus não diz: “Vos desviastes dos
meus ‘mandamentos’ e julgamentos”. Comparem com Neemias 10:29.
Quer
esteja Deus falando somente aos sacerdotes ou a toda a nação de Israel, está
meridianamente claro que Malaquias 3:8-10 deve ficar entendido e explicado no
contexto das “ordenanças” ou “estatutos” da Lei de Moisés, a
partir do verso 7. Ordenanças são as leis da adoração cerimonial para os
sacerdotes da Antiga Aliança. Dizimar é uma dessas ordenanças e não um
“mandamento moral”.
(ML
3:7) - ... Em que havemos de tornar?
(ML
3:8) - Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que
te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
Nota:
Se vocês COMEÇARAM
a sua leitura por este capítulo e nestes versos, estarão prejudicando o seu
próprio conhecimento da Palavra de Deus, sendo desonestos com o seu contexto e,
provavelmente, jamais poderão entender a real significação de Malaquias
3:8-10. Por favor, parem agora, façam uma retrospectiva e, pelo menos,
leiam todo o artigo até aqui (e de preferência também o 2 Crônicas 31 e
Neemias).
Contudo, se não quiserem
voltar a ler minha exposição de Malaquias, até aqui, nesse caso, ainda
precisam conhecer o contexto de Malaquias, as cidades levíticas e as tabelas de
horário de serviço, no Templo de Jerusalém, dos sacerdotes e levitas. Por que?
Porque estes três tópicos é que dão o contexto oficial às práticas do dizimar,
conforme a Palavra de Deus. A parte mais importante desse imediato contexto é o
Livro de Neemias. Quem for totalmente honesto com a Palavra de Deus, porém não
estiver familiarizado com o Livro de Neemias, então esta exposição vai mudar
seriamente o que provavelmente acham que a Bíblia ensina sobre o dizimar.
Neemias discute o assunto muito mais do que Malaquias o faz e nos dá o exato
contexto de Malaquias 3:8-10.
Apertem
os cintos! A discussão seguinte vai ser uma corrida feroz para alguns de vocês!
Tenho
sempre apressado o leitor no sentido de considerar uma pergunta muito
importante, a partir de Malaquias 1:6: “Para quem Deus está falando?”
Novamente: “Quem é ‘vós’ e quem é ‘nós’ em Malaquias 3:8?” Embora exista uma
aplicação secundária ao povo em geral, Deus continua falando aos sacerdotes. O
verso 7 termina com os sacerdotes - de Malaquias 2:17 a 3:6
- perguntando a Deus: “Em que havemos de tornar?”
No contexto eles estão indagando: “O que nós, os sacerdotes precisamos fazer
para voltar a guardar as ‘ordenanças’ da vossa adoração cerimonial?”
O
verso 8 não principia num vácuo. Ele começa com Deus respondendo à
pergunta dos sacerdotes, feita no verso 7. A Palavra de Deus exige que
não iniciemos esse estudo bíblico pelo verso 8. Deus está dizendo aos SACERDOTES
que ELES O roubaram nos dízimos e nas ofertas!
Aí
vocês perguntam: “Onde é que a Bíblia diz que Deus está falando somente aos
sacerdotes?” Então, eu respondo:
1.
-
Visto como Deus claramente começou falando aos sacerdotes em Malaquias 1:6...
2.
-
Ele enfaticamente continuou falando aos mesmos, em Malaquias 2:1.
3.
-
Deve estar falando com eles sobre os Seus altares, em Malaquias 2:13.
4.
-
Ainda continua, é claro, falando com eles, a partir de Malaquias 2:17, até
Malaquias 3:4, PORTANTO...
5.
-
Deus continua especificamente se dirigindo aos sacerdotes em Malaquias 3:8! Eu
pergunto: “Quando foi que Deus PAROU de falar aos sacerdotes? O encargo de
prová-lo recai sobre os que dizem que Deus, repentinamente, mudou Sua
audiência - dos sacerdotes para o povo.
Nesse
caso, quem de fato roubou a Deus no contexto de Malaquias 3:8?
Primeiro, os estudantes da
Bíblia simplesmente não podem ignorar que Malaquias 1:13-14 é claramente
endereçado aos sacerdotes, a começar de Malaquias 1:6. Na versão bíblica americana
(NAS), lemos: “Vós me trazeis o que foi tomado por roubo e animal manco e
cego”. Outra versão (RSV) diz: “tomado pela violência” e outra diz
ainda “tomado por furto”. Deus diz que os sacerdotes haviam “furtado”
muito mais do que o dízimo do dízimo, mais do que sua porção nas
ofertas, ou ambos. Malaquias também frisa que os sacerdotes haviam roubado a
Deus por não Lhe darem o melhor, conforme haviam votado.
Segundo, Quando
comparamos Neemias 10:37-38 e 12:44,47 com 13:4,5,10,11, fica claro que o sumo
sacerdote havia roubado os levitas em sua porção do dízimo porque tudo o
mais estava à mão para ser recolocado. Inegavelmente, os sacerdotes haviam
roubado o dízimo dos levitas! “Também entendi que os quinhões dos levitas
não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam a obra,
tinham fugido cada um para a sua terra” (Neemias 13:10).
O
contestador vai dizer: “Não, não! Você está totalmente errado! Os sacerdotes
são completamente inocentes! O povo é o culpado por não trazer os dízimos aos
sacerdotes! O povo é o culpado por estar roubando a Deus!”
A
essa contestação eu respondo: “Onde se encontra isso em Malaquias 1:6 a
3:7?”. Através de todo o Livro de Malaquias, OS SACERDOTES TÊM SIDO OS
VILÕES, os culpados, os ladrões - para agora, de repente, se dizer que eles são
a parte maltratada? Como é possível ser tão inconsistente? Deus já havia
AMALDIÇOADO os sacerdotes, QUATRO VEZES, por terem-NO roubado e por não
Lhe trazerem o que possuíam. Os sacerdotes não são as pobres vítimas
inocentes, como tantos pregadores desejam que os consideremos. Eles são os
“ladrões”, os “defraudadores”, que já possuíam à mão os dízimos e as
ofertas (conforme Neemias 10:38, 12:44,47), por não darem a Deus o melhor e por
não dividirem com os levitas, conforme Neemias 13:10, e os necessitados,
conforme Malaquias 3:5.
Malaquias
3:9 - Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda
esta nação.
“Finalmente”, vai dizer o
professor de dízimo: “AGORA você vai admitir que Deus está falando a toda a
nação e não aos sacerdotes, neste verso”.
Respondo:
“Qual é o contexto? Até aqui o pronome ’vós’ vinha se referindo quase
exclusivamente aos sacerdotes, para receberem as maldições que Deus lhes havia
lançado em razão de sua culpa. É justo, concluir AGORA, que o pronome ‘vós’,
repentinamente passa a referir-se ao povo e que era este quem havia lesado os
sacerdotes?” As quatro primeiras maldições haviam sido lançadas contra os
sacerdotes desonestos (Malaquias 1:14 e 2:2). Esses ministros eram culpados de
roubar a Deus e por isso receberam uma extensa e acre censura, em Malaquias 1:6
a 2:9. Eles O haviam desonrado e desprezado o Seu nome (Malaquias 1:6). Eles O
haviam roubado por não Lhe oferecerem o melhor (Malaquias 1:7-8). Sua adoração
não era aceitável (Malaquias 1:8). Deus queria que eles parassem com a sua
hipócrita adoração e dessem atenção às portas do Templo (Malaquias 1:10). Ele
estava cansado da desonestidade deles (Malaquias 1:13-14) e os amaldiçoou como
enganadores e defraudadores (Malaquias 1:14). Até mesmo os seus filhos seriam
afetados pelos seus pecados e censurados (Malaquias 2:3). Deus ainda prometeu
espalhar esterco sobe os rostos deles, durante as suas festas solenes.
(Malaquias 2:3).
“Mas...”
Objetará o professor do dízimo, “o verso 9 diz claramente ‘toda esta nação’”
Respondo: “Olhe mais atentamente para o verso”. Por
alguma razão os eruditos tradutores do Hebraico acham que este verso 9 deveria
ser lido: “Toda a VOSSA nação”. Embora o “vossa” não apareça na versão King
James, ela aparece nas versões NAS e RSV (e também na popularíssima NVI). O
propósito de acrescentar o “vossa” não fica claro, a não ser que ele distinga
toda a nação “dos sacerdotes” do restante da nação! Um possível precedente
contextual bíblico é visto no roubo dos dízimos dos levitas que
ministravam, por Eliabe, conforme Neemias 13:7-10, o qual teria de envolver
outros sacerdotes. Novamente, o ponto principal, neste caso, é que (pelo menos
até agora) Deus esteve amaldiçoando os sacerdotes como ladrões, em vez de expressar
compaixão por eles.
Se
Malaquias 3:9 continua a maldição de Malaquias 2:2, então ela é uma adição à
mesma: “Se não ouvirdes e se não propuserdes, no vosso coração, dar honra ao
meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e
amaldiçoarei as vossas bênçãos; e também já as tenho amaldiçoado, porque não
aplicais a isso o coração”. Até mesmo as ofertas dos sacerdotes eram
amaldiçoadas: “Ainda fazeis isto outra vez, cobrindo o altar do SENHOR de
lágrimas, com choro e com gemidos; de sorte que ele não olha mais para a
oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão” (Malaquias 2:13).
Realmente,
os sacerdotes careciam de uma purificação, conforme Malaquias 3:3: “E
assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos de
Levi, e os refinará como ouro e como prata; então ao SENHOR trarão oferta em
justiça”. Então, porque iria Ele deixar tão repentinamente de
amaldiçoar os sacerdotes, para lhes ministrar alguns versos depois (conforme
alguns dizem)?
Qual
é exatamente a maldição de Malaquias 3:9? Em Deuteronômio 27:26, lemos:
“Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo. E
todo o povo dirá: Amém” (Citado em Gálatas 3:10). Esta era a maldição
da Antiga Aliança. Repito, a maldição de Malaquias 3:9 era a maldição da Antiga
Aliança. A nação havia prometido a Deus que iria obedecer cada parte de toda a
Lei, ou então concordaria em receber cada um deles uma maldição. A audiência de
Malaquias em Neemias 10:28-29 renovou os seus votos da Antiga Aliança, pedindo,
novamente, que Deus amaldiçoasse o povo, caso este falhasse em obedecer cada
parte da lei.
A
Nova Aliança, nos ensina que Jesus tendo vindo como o segundo Adão (Romanos
5:17-19) e como Israel personificado em Mateus 2:15 (Do Egito chamei o meu
Filho), para viver uma vida totalmente isenta de pecado e para obedecer cada
parte da Lei (Hebreus 10:9). Pela fé, Sua perfeita obediência é creditada ao
crente (Romanos 3:24-26; 2 Coríntios 5:21). Desse modo, os cristãos não estão
sujeitos a qualquer tipo de maldição da Antiga Aliança, pois eles têm a
perfeita posição impecável de Cristo, em razão da Sua obediência a Deus. Como
explica, também, o meu bom amigo Jonathan Hithcart, “Por que iria Cristo
morrer para nos redimir da maldição da Lei [Gálatas 3:13] e em seguida
nos colocar novamente sob a mesma maldição? Isso é loucura, gente!”
Amigos
é um horrendo pecado que os pregadores cristãos retirem a maldição de
Malaquias do seu contexto histórico na Antiga Aliança e a usem como uma marreta
ou ferro em brasa, a fim de ameaçar os membros da igreja, por não pagarem os dízimos!
Somente os israelitas poderiam ser ameaçados por esse pecado, porque eles eram
os únicos que haviam pedido que Deus os amaldiçoasse, caso deixassem de cumprir
fielmente a Lei. Deus jamais entrou nesse tipo de aliança com a Igreja.
O
Apóstolo Paulo, em Gálatas 3 discute a “maldição da lei”. Após ter ele citado
Deuteronômio 27:26, no verso 10, ele diz, no verso 12, que “a lei não é de
fé”. Do mesmo modo, o dízimo não é de fé. Como eleitos de
Deus, os crentes da Nova Aliança não estão sob maldição ALGUMA! Como poderíamos
estar? Já somos mais que vencedores e nossas vidas estão escondidas com Cristo
em Deus (Romanos 8:37 e Colossenses 3:1-4). A Escritura é clara neste ponto
(Ver ainda Romanos 8:1, 33; Hebreus 10:14 e Efésios 1:7). Creiam na Palavra de
Deus para a Igreja! Creiam em Gálatas 3:13: “Cristo nos resgatou da maldição
da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele
que for pendurado no madeiro”.
Fiquem
livres das mentiras dos que os amedrontam com maldição letal
Com
relação aos versos de Malaquias 3:8-10, o altamente considerado J. Vernon McGee
escreveu: “Sob a graça, Deus deseja que seja dado apenas o que se pode dar.
Para algumas pessoas isso seria menos que o dízimo. Sou de opinião que uma
quantia maior desta rica sociedade deveria estar sendo dada a Deus
(página 84). “Novamente eu relembraria vocês que não estamos mais sob o sistema
do dízimo hoje em dia. Existem muitos crentes humildes, de renda baixíssima,
para os quais o dízimo seria demais para ser dado” (p. 85). “Já não
existe essa coisa de dizimar hoje em dia, como o que era levado à casa do
tesouro. Não é essa a maneira de ofertar, pois o que Israel dava era em forma
de produtos” (p. 86).
(ML
3:10) - “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja
mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma
bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes”.
O
que significa: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro”?
Por mais de
40 anos senti que algo estava errado com este verso, porém não conseguia atinar
com o que era. Embora à primeira vista o pregador superficial, o estudante ou o
leigo achem este verso auto-explanatório, na verdade ele está completamente
longe disso. Devemos estudar os inspirados textos bíblicos, tanto de Malaquias
como de Neemias, a fim de podermos entender Malaquias 3:10. Realmente, além deste
simples verso, Deus JAMAIS ordenou pessoa alguma a trazer TODOS os
dízimos à casa do tesouro em Jerusalém. Vamos repetir: DEUS JAMAIS ordenou
pessoa alguma a trazer TODOS os dízimos à casa do tesouro em Jerusalém.
De fato, o oposto é que é verdade! Consideremos cuidadosamente as seguintes
instruções contidas na Palavra de Deus.
Havia
realmente três tipos de dízimos coletados, conforme a exigência da Antiga
Aliança, mas apenas a uma pequena parte do primeiro havia a exigência de que
fosse trazida à casa do tesouro. Portanto, existe algo seriamente errado com as
explanações dadas pelos professores do dízimo, de Malaquias 3:10.
O
primeiro dízimo, destinado aos servos levitas dos sacerdotes, não era para ser
trazido à casa do tesouro: “E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os
dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da
tenda da congregação” (Números 18:21).
“E debaixo das suas ordens
estavam Éden, Miniamim, Jesua, Semaías, Amarias e Secanias, nas cidades dos
sacerdotes, para distribuírem com fidelidade a seus irmãos, segundo as suas
turmas, tanto aos pequenos como aos grandes” (2 Crônicas 31:15).
“Também
dentre os filhos de Arão, os sacerdotes, que estavam nos campos dos arrabaldes
das suas cidades, em cada cidade, havia homens que foram designados pelos seus
nomes para distribuírem as porções a todo o homem entre os sacerdotes e a todos
os que estavam contados entre os levitas” (2 Crônicas 31:19). “... e os
dízimos da nossa terra [trazei] aos levitas; e que os levitas receberiam os
dízimos em todas as cidades, da nossa lavoura. (Neemias 10:37-b).
Deus
ordenou que Israel trouxesse TODO o primeiro dízimo aos levitas (não aos
sacerdotes), onde eles moravam, - nas cidades levíticas - e
Jerusalém NÃO era uma cidade levítica (Ver Josué 21:9-19). Os levitas não
residiam permanentemente perto do Templo em Jerusalém. Todos os quatro textos
precedentes tornam absolutamente claro que os levitas é que recebiam TODO o
dízimo em suas cidades, não os sacerdotes no Templo. Após terem-no recebido,
tanto os sacerdotes como os levitas consumiam a maior parte do mesmo, fora de
Jerusalém.
O
que FAZIAM esses levitas recebedores do dízimo, na maior parte do tempo?
Enquanto estavam no Templo, eles eram assistentes dos sacerdotes, guardas, cantores,
construtores e artesãos de toda espécie. Os que estavam fora do Templo eram
pecuaristas (Números 35:2), professores, políticos e juízes e, evidentemente,
aperfeiçoavam suas habilidades de artesãos e de supervisores dos artesãos. Na 1
Crônicas 23:2-4, concluímos que num total de 38.000, 24.000 eram construtores e
artesãos, 6.000 eram juízes civis e supervisores. Estes, sim, recebiam o dízimo
TODO!. Nenhum deles ministrava como sacerdote! De fato, é uma revelação
chocante, hein?
Também
os fatos sobre as cidades levíticas e a escala de uma entre 24 semanas de
trabalho (24 cursos) no Templo significava que 95% do dízimo permanecia
onde os sacerdotes e levitas residiam. Por conseguinte, Números 18:21; 2
Crônicas 31:15-19 e Neemias 10:37-38 mostram claramente que Malaquias 3:10 não
pode, de modo algum, referir-se a TODOS os dízimos, inclusive àquele
pertencente aos levitas.
O
segundo dízimo, o dízimo das festas, não era trazido para ser guardado na casa do
tesouro no Templo. Deuteronômio 12:17-18 diz:
“Dentro das tuas portas não
poderás comer o dízimo do teu grão, nem do teu mosto, nem do teu azeite, nem os
primogênitos das tuas vacas, nem das tuas ovelhas; nem nenhum dos teus votos,
que houveres prometido, nem as tuas ofertas voluntárias, nem a oferta alçada da
tua mão. Mas os comerás perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher o
SENHOR teu Deus, tu, e teu filho, e a tua filha, e o teu servo, e a tua serva,
e o levita que está dentro das tuas portas; e perante o SENHOR teu Deus te
alegrarás em tudo em que puseres a tua mão”.
Na Nova BKJ pode-se ler
sobre este dízimo em Deuteronômio 12:6-19 e em Deuteronômio 14, especialmente o
verso 23. Esse dízimo das festas era trazido “ao local”, isto é, a
Jerusalém, para uma das três celebrações religiosas nacionais, para ser
repartido entre TODOS. Visto como o dizimo era sempre entregue em
alimentos, ele era consumido por todos, nas ruas onde Israel celebrava. Assim,
nada desse segundo dízimo era trazido à casa do tesouro em Jerusalém.
O
terceiro dízimo, o dízimo dos pobres, também não era trazido ao Templo em Jerusalém.
Deuteronômio 14:28-29 diz: “Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da
tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas; Então virá o
levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e
a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que
o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem”.
Vocês
também podem ler sobre este dízimo em Deuteronômio 26:12-13. Este dízimo era
pago a cada triênio e Deus ordenava, especificamente, que ele fosse guardado
“dentro das portas do pagador do dízimo”, para uso dos levitas e de todos os
carentes. Portanto, o terceiro dízimo não era trazido a Jerusalém e
muito menos à casa do tesouro.
Confusos?
Quantas vezes vocês ouviram os pregadores do dízimo falar desses três,
enquanto estavam pregando Malaquias 3:8-10? Estes versos, agora, não são tão
auto-evidentes, pois não? Claramente, TODOS os dízimos JAMAIS foram
trazidos à “CASA DO TESOURO”. E como isso nunca foi verdade, então, por que a
igreja os usa como exemplo principal de “ dizimar à casa do tesouro”?
Agora
vamos tentar fazer um pouco de ordem nesta confusão. A significação real de
Malaquias 3:10 é revelada pelo que Deus realmente mandou que fosse trazido à
casa do tesouro em Jerusalém. Com relação aos dízimos de alimentos, vamos
descobrir que a casa do tesouro em Jerusalém era apenas um lugar para se
estocar e constantemente substituir o alimento usado para alimentar os sacerdotes
e os levitas que entravam e saíam do serviço no Templo, cada semana, para os
seus ministérios semanais.
Quem
quiser saber o que realmente significa Malaquias 3:10, quando diz: “Trazei
todos os dízimos à casa do tesouro”, que leia e estude cuidadosamente
os seguintes conjuntos de textos: Neemias 18:9-32; 10:35-38; 12:44-47 e 2
Crônicas 31:15-19.
Primeiro, Neemias
10:35 (completando Números 18:12-13) ordena ao “povo” que traga as “primícias”
da colheita, anualmente, à “CASA DO SENHOR”.
Segundo, Neemias 10:36
(completando Números 18:15-18) ordena ao “povo” que traga o primogênito de todo
animal limpo à CASA DO SENHOR, “para os sacerdotes”.
Terceiro, Neemias 10:37-a
ordena ao “povo” que traga o primeiro e o melhor de toda a massa, o fruto de
toda árvore, o mosto e o azeite às “câmaras da CASA DO SENHOR”, para os
sacerdotes.
Quarto, OBSERVEM A
MUDANÇA! Neemias 10:37-b (completando Números 18:21-24) ordena claramente que o
“povo” traga os dízimos, não à CASA DO TESOURO, mas “aos levitas”, nas
suas cidades levíticas, as terras de pasto, as comunidades familiares ou
cidades rurais, onde os levitas (e os sacerdotes) residiam, quando não estavam
desempenhando os seus turnos, servindo como cantores no Templo.
Quanto aos dízimos
(Neemias 10:37-b) - este fato revela um desvio fatal na interpretação comum de
Malaquias 3:10) - visto como a maioria dos sacerdotes e levitas não ficava no
Templo, o “povo”, normalmente, NÃO levava os dízimos para o Templo.
Quinto, Neemias
10:38 (completando Números 18:26) ordena que “os levitas (junto com os
sacerdotes)” tragam “os 10% do dízimo”, isto é, o “dízimo dos dízimos”,
das cidades levíticas “à casa do Senhor, às câmaras da CASA do nosso Deus, ou
às câmaras da CASA DO TESOURO”: “E que o sacerdote, filho de Arão, estaria com
os levitas quando estes recebessem os dízimos, e que os levitas trariam os
dízimos dos dízimos à casa do nosso Deus, às câmaras da casa do tesouro”. Notem
que o “povo” não era normalmente ordenado a “trazer”qualquer parte do dízimo
diretamente ao Templo, porque os levitas e os sacerdotes eram os responsáveis
por isso!
Neemias
10:35 - As primícias da terra para a casa do tesouro no Templo, para os
sacerdotes.
Neemias
10:36 - Os primogênitos dos rebanhos à casa do tesouro no Templo, para os
sacerdotes.
Neemias
10:37-a - O melhor da massa, do vinho e do azeite à casa do tesouro no Templo,
para os sacerdotes.
Neemias
10:38 - 1/10 de todos os dízimos à casa do tesouro no Templo, para os
sacerdotes.
Neemias
10:37-b - TODOS OS DÍZIMOS ÀS CIDADES LEVÍTICAS, PARA OS LEVITAS.
Fica
claro, quando se comparam estes textos, que “o povo” era ordenado a trazer o dízimo
às cidades levíticas (não à casa do tesouro no Templo) e os levitas e os
sacerdotes eram ordenados a levar aos sacerdotes e levitas em serviço no Templo
- uma em cada 24 semanas - as porções do dízimo que iriam para a casa do
tesouro, as quais eram realmente muito pequenas.
Neemias
12:44 e 47 acrescentam detalhes em falta (quando) a esses sacerdotes e levitas
a serviço por uma semana no Templo era provido o alimento. “Também no mesmo
dia se nomearam homens sobre as câmaras, dos tesouros, das ofertas alçadas, das
primícias, dos dízimos, para ajuntarem nelas, dos campos das cidades, as partes
da lei para os sacerdotes e para os levitas; porque Judá estava alegre por
causa dos sacerdotes e dos levitas que assistiam ali (verso 44). Uma vez
que tanto os sacerdotes como os levitas ministravam no Templo apenas por uma em
cada 24 semanas e os que não estavam ali ocupados como oficiais políticos e
juízes, moravam pelas outras 23 semanas (46 semanas anuais) espalhados pelo
país em suas terras não herdadas, como fazendeiros, pecuaristas ou trabalhando
em suas diversas manufaturas necessárias à manutenção do Templo.
Neemias
12:44 explica que era necessário trazer o alimento (dos dízimos) àqueles
sacerdote e levitas que estavam desempenhando os seus ministérios. Eles
deveriam trazer “apenas as porções da lei” ao Templo, a fim de serem
armazenadas. Quando Neemias 12:47 diz: “Por isso todo o Israel, já nos dias
de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos cantores e aos porteiros as
porções de cada dia; e santificavam as porções aos levitas, e os levitas as
santificavam aos filhos de Arão”, novamente está se referindo apenas
à porção diária que era trazida das cidades levíticas à casa do tesouro, a fim
de prover alimentos aos que ministravam (Ver também 2 Crônicas 31:16). Essa
porção era correspondente a 10% de todo o dízimo dos levitas para os
sacerdotes. Contudo (e isso é importante), o saldo dos dízimos era
guardado nas cidades levíticas, onde residia a maioria dos sacerdotes e
levitas. Novamente, não faz sentido colocar os alimentos num lugar, quando o
povo residia em outro (2 Crônicas 31:15-19).
Como
os sacerdotes se alimentavam de 10% do dízimo, enquanto os levitas dos
90% restantes? A resposta novamente se encontra em Números 18 e Neemias
10:35-38. Pelo menos uma vez por ano cada família deveria trazer as primícias e
o primogênito PARA OS SACERDOTES e não para os levitas. O senso comum poderia
sugerir que cada família trazia a sua própria porção do dízimo alimento,
consigo e de sua cidade natal.
“Bem”, vocês perguntam, “se
tudo ia para os levitas em suas cidades e não para a casa do tesouro no Templo
em Jerusalém, então o que significa Malaquias 3:10?” Visto como
Malaquias 3:10 nos lembrou que Deus não muda com relação à Sua Aliança com
Israel, devemos, então, concluir que Ele não mudou a ordenança de dizimar
encontrada em Números 18:21-24, enquanto perdurou a Antiga Aliança.
A
única conclusão lógica que permanece consistente é a evidência de que Deus
ainda está falando com os sacerdotes desde Malaquias 1:6 e especialmente em
2:1,
“AGORA,
ó sacerdotes, este mandamento é para vós”.
Os
sacerdotes haviam ajudado os levitas a coletar os dízimos, conforme
Neemias 10:38, e assim continuaram a fazer (Malaquias 3:8-b), não todos,
imediatamente, mas apenas “diariamente”, “conforme a necessidade”, para os que
estavam entrando em seu turno de ministério ou “serviço”.
O
que aconteceu aos dízimos, depois que foram “trazidos”, conforme Neemias
12:47? Eles haviam sido removidos do Templo (roubados) pelo sumo
sacerdote (e pelos outros sacerdotes), conforme Neemias 13:7-10 e precisavam
ser restituídos (Neemias 13:11-12) para que os levitas pudessem assistir os
sacerdotes (Neemias 13:11). Se Neemias 13 é o contexto de Malaquias 3, então os
sacerdotes haviam roubado a porção dos dízimos dos levitas.
Se
Neemias 13 é ou não é o contexto de “Trazei todos os dízimos à casa do
tesouro”, isso foi ordenado, não ao “povo”, mas aos levitas e aos
sacerdotes, conforme Neemias 10:38. Portanto, a ordem acima (Malaquias 3:10) é
endereçada exclusivamente aos levitas e aos sacerdotes (os sacerdotes
desonestos), referindo-se apenas às porções diárias dos que estavam em serviço
no Templo. A vasta maioria dos dízimos DEVERIA permanecer nas cidades dos
sacerdotes e levitas, onde a maioria deles residia.
Os
mestres cristãos do dízimo não podem aceitar essa conclusão. Aceitá-la
seria admitir que, exceto durante aquele curso de ministério ativo, 90% da
porção dos levitas,
TODOS
os dízimos das festas e TODOS os dízimos dos pobres
deveriam ficar fora da casa do tesouro, do Templo. Pior ainda para
eles seria admitir que o grosso desses dízimos permanecia nas cidades
levíticas, onde os levitas e sacerdotes residiam, permanentemente, com suas
famílias.
Mesmo
que dizimar na Nova Aliança fosse correto (o que, obviamente, não
é) a verdadeira significação de Malaquias 3:10 proíbe o costume de ordenar que
os membros comuns da igreja tragam TODOS os dízimos à chamada “casa do
tesouro” da Igreja. Nesse caso, visto como Malaquias 3:10 não significa que
Israel deveria levar TODOS os dízimos à casa do tesouro, ENTÃO os pregadores do
dízimo jamais deveriam citá-lo para exigir que os cristãos tragam TODOS
os dízimos à igreja.
A
Igreja não é Casa do Tesouro (Armazém).
Os
mestres cristãos do dízimo falam muito na “casa do tesouro” - a Igreja.
Para justificá-lo, eles torcem a significação do verbo grego (thesaurizo) para
o “entesourar” (2 Coríntios 16:2), a fim de manipular o texto grego. A frase é
literalmente “por ele mesmo, colocar, entesourando”. O texto não chama a
Igreja de “casa do tesouro”, mas simplesmente diz ao contribuinte que faça um
donativo. Muitos comentaristas chegam a dizer que este verbo significa “guardar
em casa”, sem dar qualquer relevância ao edifício eclesiástico (o qual, pelo
visto, nem sequer existia no tempo em que Paulo escreveu a 1 Coríntios, falando
sobre o sustento pastoral [capítulo 9].
Vocês jamais encontrarão qualquer mestre do dízimo
citando a 2 Coríntios 12:14: “Eis aqui estou pronto para pela terceira vez
ir ter convosco, e não vos serei pesado, pois que não busco o que é vosso, mas
sim a vós: porque não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais
para os filhos”, como exemplo de “casa do tesouro” da Igreja. Mesmo que
Paulo tenha usado o mesmo verbo grego (thesaurizo) na passagem supracitada, ele
quis dizer que, como pregador do evangelho, estaria trabalhando, a fim de
prover as necessidades dos pobres da Igreja, o que ele repetiu em Atos 20:35.
O
conceito cristão de Igreja como “casa do tesouro” é terrivelmente contrário à
Escritura. No contexto de Malaquias, a casa do tesouro era principalmente uma
responsabilidade da autoridade política do governador, a fim de
assegurar a sua manutenção. Eram os reis que controlavam as riquezas do Templo.
A Escritura registra sete vezes em que os reis se desfizeram da riqueza
da casa do tesouro do Templo de Deus, e até mesmo de sua riqueza pessoal (1
Reis 14:25-26;15:18; 2 Reis 12:18; 14:14; 16:8; 18:14-15; 20:13-19 e 24:13).
Você gostaria que o seu governador pudesse fazer o mesmo?
Pelas
razões seguintes, uma apropriada explanação do contexto de Malaquias não
converte a “casa do tesouro”, aí citada, na “casa do tesouro da Igreja”.
1
-
Pela discussão acima, a casa do tesouro em Jerusalém não continha
permanentemente todo o dízimo. Visto como a maioria dos sacerdotes e
levitas recebia o dízimo nas cidades levíticas, onde eram coletados
integralmente os chamados “dízimos”, onde eles e suas famílias residiam,
a maior parte destes era ali guardada. Os alimentos iam para o local onde
morava o povo. Conforme 2 Crônicas 31:15-19 e Neemias 12:44,47, somente as
porções diárias necessárias (ou semanais de cada curso) eram levadas das
cidades levíticas para os que estavam ministrando em rodízio.
Esta era apenas uma pequena porção de TODO o dízimo
dos levitas e dos “10% dos 10%” (O dízimo do dízimo) dos
sacerdotes (Neemias 10:37-38).
2 - Enquanto as
casas do tesouro do Velho Testamento eram consideradas como propriedade do
Estado religioso, a maioria das igrejas da Nova Aliança não o são.
3 - Enquanto as
casas do tesouro do Velho Testamento recebiam apoio político para coletar os dízimos,
a maioria das igrejas da Nova Aliança não o recebe.
4 - Enquanto as
casas do tesouro do Velho Testamento recebiam os dízimos em alimentos,
as igrejas da Nova Aliança coletam dinheiro, o qual nunca foi incluído
na definição bíblica de dízimo.
5 - Enquanto
os dízimos das festas e dos pobres, no Velho Testamento, proviam
alimento para os carentes, a maioria das igrejas da Nova Aliança retém a
maior parte dos dízimos coletados para si mesmas e raramente se
envolve em beneficência.
6 - Enquanto a casa
do tesouro do Velho Testamento provia o sustento do sacerdócio nacional, a Nova
Aliança ensina o sacerdócio de todos os crentes.
7 - Enquanto as
casas do tesouro do Velho Testamento promoviam os sacrifícios sacerdotais,
conforme a lei, os líderes das igrejas da Nova Aliança são novos oficiais sob
novos princípios.
8 - Enquanto a
maior parte das casas do tesouro do Velho Testamento era usada para armazenar
as porções das primícias, dos primogênitos, os impostos do Templo e as ofertas
alçadas, este exemplo já não é seguido pelas igrejas da Nova Aliança.
9 - Enquanto o dízimo
da Antiga Aliança era um fundo separado das ofertas voluntárias, para a
manutenção dos edifícios, muitas igrejas da Nova Aliança colocam todas as suas
necessidades num programa total e corretamente eliminam o princípio do dízimo
da Antiga Aliança.
10 - Visto como os
judeus ortodoxos não manuseiam dinheiro nem coletam ofertas em seu Sábado,
seria duvidoso que os antigos cristãos judeus tivessem mudado essa tradição
para manusear dinheiro na Igreja, em seu dia sagrado.
11 - Enquanto o
Templo do Velho Testamento - copiando os templos pagãos - se tornou uma
ilegítima casa do tesouro, a Igreja da Nova Aliança não deve ser usada como um
armazém bancário, ou casa do tesouro.
Malaquias
3:10-b - “... Para que haja mantimento na minha casa”.
Mais
uma vez, conforme a Palavra de Deus, os dízimos em Israel eram em
alimento e somente em alimento: “Trazei todos os dízimos... para que haja
mantimento” significa exatamente o que diz. Embora já existisse dinheiro, a
Palavra de Deus JAMAIS incluiu dinheiro em sua principal descrição dos itens a
serem dizimados! No entanto, esta é a única verdadeira definição bíblica
de “dízimo”.
Malaquias
3:10-c ... e depois fazei prova de mim
“Testem-me” (NAS, NIV, RSV).
O professor do dízimo diz afoitamente: “Este é o único lugar na Palavra
de Deus em que Deus nos manda testá-Lo!” Como se esse teste a Israel
sob os termos da Antiga Aliança pudesse provar que dizimar é uma
doutrina da Nova Aliança! Se isso fosse tão importante, então por que o
Espírito Santo não inspirou pelo menos um dos escritores da Nova Aliança a
repetir isso claramente? Deus não precisa “testar” nem “provar” os crentes da
Nova Aliança em sua obediência a qualquer parte da Antiga Lei, da qual ele já
os libertou [na cruz do Calvário].
Os
cristãos estão mortos para a Lei (Romanos 7:4). Quando Paulo precisou de
alimento para os carentes em Jerusalém, ele disse: “Não digo isto como quem
manda, mas para provar, pela diligência dos outros, a sinceridade de vosso
amor” (2 Coríntios 8:8). É exatamente esta a interpretação dada na Nova
Aliança para dadivar.
Exatamente,
o que significa “testar Deus” no contexto de Malaquias 3:5 e no resto do Velho
Testamento? Vejamos:
“O
que oprime o pobre insulta àquele que o criou, mas o que se compadece do
necessitado o honra.” (Provérbios 14:31).
“Julgou
a causa do aflito e necessitado; então lhe sucedeu bem; porventura não é isto
conhecer-me? diz o SENHOR” (Jeremias 22:16).
“Eis
que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, e
abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca fortaleceu a mão do
pobre e do necessitado” (Ezequiel 16:49).
“Assim
falou o SENHOR dos Exércitos, dizendo: Executai juízo verdadeiro, mostrai
piedade e misericórdia cada um para com seu irmão. E não oprimais a viúva, nem
o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente cada um, em seu coração, o
mal contra o seu irmão” (Zacarias 7:9-10).
“E
chegar-me-ei a vós para juízo; e serei uma testemunha veloz contra os
feiticeiros, contra os adúlteros, contra os que juram falsamente, contra os que
defraudam o diarista em seu salário, e a viúva, e o órfão, e que pervertem o
direito do estrangeiro, e não me temem, diz o SENHOR dos Exércitos. (Malaquias 3:5).
Deus testou o reto caráter dos Seus filhos no Velho
Testamento na maneira pela qual eles tratavam os pobres. Repito: Deus
testou o reto caráter dos Seus filhos no Velho Testamento na maneira pela qual
eles tratavam os pobres.
Se
a Igreja da Nova Aliança responde positivamente em sua maneira de testar Deus,
- eu lhes pergunto - será que ela pratica a bondade usando a mesma maneira que
Deus decretou que se usasse na Antiga Aliança? - ou será que ela retém a
maior parte do dinheiro para os seus próprios salários? Ou será que a
típica igreja diz à sua congregação para “testar Deus” ao dizimar e, em
seguida, censura Deus por não ter misericórdia dos pobres? (Provérbios 14:31).
Será
que a profissão da Igreja de que “realmente conhece Deus” está sendo
demonstrada em sua maneira de “julgar a causa do pobre”? (Jeremias 22:16).
Existem muitíssimas igrejas, exatamente como Sodoma, repletas de abundância,
mas que não ajudam os pobres? (Ezequiel 16:49). Depois de testar Deus e ter
recebido abundância de bondade, seria de esperar que Israel cuidasse dos seus
pobres, conforme Malaquias 3:5. Como sua Igreja iria se sair nesse teste,
conforme Zacarias 7:9-10?
(ML
3:10-d) - “vos abrir as janelas do céu”.
(ML
3:11) - E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá
os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o
SENHOR dos Exércitos.
(ML
3:12) - E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis
uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos.
“O
SENHOR te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu
tempo, e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas
nações, porém tu não tomarás emprestado” (Deuteronômio 28:12). O
capítulo 28 de
Deuteronômio
contém as bênçãos e maldições da Antiga Aliança às quais se refere Malaquias 3.
Essas mesmas bênçãos e maldições foram renovadas pela audiência de Malaquias,
em Neemias 10:29 e provêem o contexto de Malaquias. “as janelas do céu”
se refere à chuva (Gênesis 7:9; 2 Reis 7:2, 19).
Numa terra constantemente
assolada pela fome e seca, as maiores bênçãos viriam das “janelas do céu”, em
forma de chuva. Israel era uma nação, cuja riqueza e sucesso dependiam dos seus
rebanhos e da produção agrícola. Deus prometeu que haveria bastante espaço para
preservar os alimentos de uma colheita abundante. A obediência dos sacerdotes
conduziria às bênçãos sobre toda a terra.
Alguém
poderia indagar: “Se Deus está falando somente para os sacerdotes, os quais
não podiam possuir nem herdar permanentemente a terra, então por que Ele
está prometendo aos mesmos colheitas abundantes, se trouxessem todos os
dízimos à casa do tesouro?”
[“Elementar,
meu caro Watson!”] Se a terra e os israelitas que trabalhavam a terra não
fossem abençoados, então estes não poderiam dar os dízimos aos levitas e
os levitas não dariam os dízimos aos sacerdotes. Todos se regozijavam ou
sofriam juntos.
Exatamente
como um presidente deveria dirigir-se aos seus senadores com referência a
“vossos estados, vossos cidadãos, vossa indústria e vossas fazendas”, do mesmo
modo Deus inclui o povo e os sacerdotes em suas bênçãos. Embora isso talvez
pudesse ser difícil de ver nas exatas palavras destes textos nas exatas
palavras destes textos, talvez seja mais difícil descobrir exatamente onde Deus
PAROU de falar diretamente aos sacerdotes, depois de Malaquias 2:1.
Com
referência a Números 35:2, 2 Crônicas 31:15-19 e Neemias 10:37 e 13:10, também
é importante saber que a Bíblia não diz que os levitas também não eram
fazendeiros e pecuaristas; ela diz apenas que as terras em que eles viviam,
cultivavam e criavam os rebanhos, sempre pertenciam à tribo na qual eles viviam
e não podiam herdá-las nem transmiti-las como herança.
(ML
3:13) - As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o SENHOR; mas
vós dizeis: Que temos falado contra ti?
(ML
3:14) - Vós tendes dito: Inútil é servir a Deus; que nos aproveita termos
cuidado em guardar os seus preceitos, e em andar de luto diante do SENHOR dos
Exércitos?
(ML
3:15) - Ora, pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também
os que cometem impiedade são edificados; sim, eles tentam a Deus, e escapam.
Leiam
Malaquias 1:6-14, mais uma vez; Malaquias 3:13 soa como mais uma declaração de
Malaquias 1:6-10; os sacerdotes haviam arrogantemente desprezado o Seu nome, ao
reter os melhores animais para o sacrifício (dos dízimos ou primogênitos)
para eles mesmos e por Lhe oferecerem o que era roubado, manco ou enfermo. O
verso 14 é semelhante à vaidade do verso 1:12 e à censura do verso 3:7. O verso
15 imita Malaquias 2:7-8. Novamente, porque os sacerdotes não haviam cumprido
os seus deveres, todo o Israel seguiu o seu mau exemplo.
(ML
3:18) - Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio;
entre o que serve a Deus, e o que não o serve.
“Por
isso também eu vos fiz desprezíveis, e indignos diante de todo o povo, visto que
não guardastes os meus caminhos, mas fizestes acepção de pessoas na lei”. (Malaquias 2:9).
Embora os versos 16 e 17 possam ser comparáveis a todo o Judá em Esdras 9:4, o
verso 18 é claramente endereçado aos sacerdotes. Os sacerdotes haviam
claramente se tornado culpados de parcialidade e de “não temer ao SENHOR”,
então o verso 3:16 seria apropriado. Eles até mesmo exclamaram em 3:14: “Inútil
é servir a Deus”. É responsabilidade dos sacerdotes “discernir entre o que
é certo e o que é errado”. APÓS terem sido purificados no Templo, conforme
Malaquias 3:2-5, eles puderam “trazer ao Senhor oferta de justiça”
(3:3).
(ML
4:1) PORQUE eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e
todos os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir
os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz
nem ramo.
(ML
4:4) Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, que lhe mandei em Horebe para
todo o Israel, a saber, estatutos e juízos.
(ML
4:5) - Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande
e terrível dia do SENHOR;
(ML
4:6) - E ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos
filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.
Malaquias
4:1 - Este verso se refere, retrospectivamente, ao
castigo aos maus sacerdotes mencionado em Malaquias 3:2: “Mas quem suportará
o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele aparecer? Porque ele será
como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros”.
Malaquias
4:4 - Este
texto traz a última advertência de que tudo no Livro de Malaquias está no
contexto da Lei da Antiga Aliança, a qual foi suplantada.
Malaquias
4:5 -
O pensamento é paralelo a Malaquias 3:1, quando Deus virá ao Templo para
purificar o sacerdócio. Um dos cumprimentos foi aquele de João Batista, o
mensageiro de Deus, filho de um sacerdote.
Malaquias
4:6
- O Livro de Malaquias fecha sem indicação alguma de que Deus tenha parado de
falar aos sacerdotes, desde Malaquias 2:1:
“AGORA, ó sacerdotes, este
mandamento é para vós”. Para serem honestos com a sua interpretação da
Palavra de Deus, os pregadores cristãos deveriam parar de enganar os membros
menos informados de suas Igrejas e deixar de levá-los a pensar que Malaquias
3:8-10 significa exatamente o oposto do que tem sido realmente ensinado.
Se
alguém desejar realmente fazer uma correlação para hoje, então os pregadores
são os que têm, de modo não bíblico, tomado o lugar dos sacerdotes desonestos
em Malaquias. Com as suas ações, eles estão escondendo a doutrina do sacerdócio
dos crentes, a fim de poderem coletar os dízimos.
Eles desconsideram
totalmente a definição bíblica de “dízimos”. Eles pedem que todos os dízimos
sejam trazidos à Igreja, ignorando Neemias 10:37-b. Eles não usam a porcentagem
maior do dízimo recebido para os pobres, conforme a Bíblia ensina. Não é
de admirar que o Velho Testamento termine com a palavra “maldição”.
Nota:
Este autor
verifica totalmente que mudanças importantes foram feitas durante e após os 400
anos que separam Malaquias de Mateus. Talvez seja bem provável que o Império
Romano estivesse nomeando sumos sacerdotes e que os sacerdotes estivessem
fraudando os levitas, apossando-se dos seus dízimos e redistribuindo-os
conforme a sua escolha. Tais mudanças não foram autorizadas por Deus; eles não
mudaram a maneira pela qual Deus quis que os dízimos fossem manuseados,
de Moisés até Neemias.
Capítulo 13 do livro “Should the Church Teach Tithing?”
By Russell E. Kelly
- http://www.shouldthechurchteachtithing.com/
Traduzido
por Mary Schultze, agosto de 2006
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