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No dia 31 de Outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero afixou, na Abadia de Wittemberg, 95 teses em que desafiava a Igreja Católica a debater sobre a venda de indulgências. O fato desencadeou o que mais tarde seria conhecido como a Reforma Protestante, movimento que marcou a história da humanidade.
No dia 31 de Outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero afixou, na Abadia de Wittemberg, 95 teses em que desafiava a Igreja Católica a debater sobre a venda de indulgências. O fato desencadeou o que mais tarde seria conhecido como a Reforma Protestante, movimento que marcou a história da humanidade.
489 anos depois, ao vermos a igreja “protestante”
navegar por mares incertos e perigosos, decidimos relançar (com pequenas
modificações) em comemoração a esta data tão importante em nossa história, um
manifesto pela volta à simplicidade do Evangelho, segundo as Escrituras.
O lema Eclesia reformata, semper reformanda,
deve estar sempre ecoando em nossos ouvidos, chamando-nos à responsabilidade de
sempre caminharmos segundo a Palavra, sem nos deixarmos levar por ventos de
doutrinas e movimentos que tentam transformar a Igreja de Cristo, num circo
eclesiástico, nas mãos de líderes inescrupulosos, que manipulam o povo ao seu
bel prazer, tudo isso em nome de Deus!Fica lançado aqui o nosso desafio.
Não temos a pretensão de iniciarmos uma “nova
reforma”, mas simplesmente levar o povo de Deus a uma reflexão sincera e
bíblica daquilo que temos vivido como Igreja de Cristo em nosso tempo.O texto
abaixo surge muito mais como desabafo e lamento do que como proposta de
revolução.
“Non nobis Domine, sed nomini Tuo da gloriam”
(Salmo 115.1)
95 Teses para a Igreja de Hoje
1 – Reafirmamos a supremacia das Escrituras
Sagradas sobre quaisquer visões, sonhos ou novas revelações que possam
aparecer. (Mc 13.31)
2 – Entendemos que todas as doutrinas, idéias,
projetos ou ministérios devem passar pelo crivo da Palavra de Deus, levando-se
em conta sua total revelação em Cristo e no Novo Testamento do Seu sangue. (Hb
1.1-2)
3 – Repudiamos toda e qualquer tentativa de
utilização do texto sagrado visando à manipulação e domínio do povo que,
sinceramente, deseja seguir a Deus. (2 Pe 1.20)
4 – Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus e que
contém TODA a revelação que Deus julgou necessária para todos os povos, em
todos os tempos, não necessitando de revelações posteriores, sejam essas
revelações trazidas por anjos, profetas ou quaisquer outras pessoas. (2 Tm
3.16)
5 – Que o ensino coerente das Escrituras volte a
ocupar lugar de honra em nossas igrejas. Que haja integridade e fidelidade no
conhecimento da Palavra tanto por parte daqueles que a estudam como,
principalmente, por parte daqueles que a ensinam. (Rm 12.7; 2 Tm 2.15)
6 – Que princípios relevantes da Palavra de Deus
sejam reafirmados sempre: a soberania de Deus, a suficiência da graça, o
sacrifício perfeito de Cristo e Sua divindade, o fim do peso da lei, a
revelação plena das Escrituras na pessoa de Cristo, etc. (At 2.42)
7 – Cremos que o mundo jaz no maligno, conforme nos
garantem as Escrituras, não significando, porém, que Satanás domine este mundo,
pois “do Senhor é a Terra e sua Plenitude, o mundo e os que nele habitam”. (1
Jo 5.19; Sl 24.1)
8 – Cremos
que a vitória de Jesus sobre Satanás foi efetivada na cruz, onde Cristo “expôs
publicamente os principados e potestades à vergonha, triunfando sobre eles” e
que essa vitória teve como prova final a ressurreição, onde o último trunfo do
diabo, a saber, a morte, também foi vencido. (Cl 2.15; 1 Co 15.20-26)
9 – Acreditamos que o cristão verdadeiro, uma vez
liberto do império das trevas e trazido para o Reino do Filho do amor de Deus,
conhecendo a verdade e liberto por ela, não necessita de sessões contínuas de
libertação, pois isso seria uma afronta à Cruz de Cristo. (Cl 1.13; Jo 8.32,36)
10 – Cremos que o diabo existe como ser espiritual,
mas que está subjugado pelo poder de Cristo, onde ele, o diabo, foi vencido.
Portanto, não há a necessidade de se “amarrar” todo o mal antes dos cultos, até
porque o grande Vencedor se faz presente. (1 Co 15.57; Mt 18.20)
11 – Declaramos que nós, cristãos, estamos sujeitos
às doenças, males físicos, problemas relativos à saúde, e que não há nenhuma
obrigação da parte de Deus em curar-nos, e que isso de forma alguma altera o
seu caráter de Pai amoroso e Deus fiel. (Jo 16.33; 1 Tm 5.23)
12 – Entendemos que a prosperidade financeira pode
ser uma benção na vida de um cristão, mas que isso não é uma regra. Deus não
tem nenhum compromisso de enriquecer e fazer prosperar um cristão. (Fp 4.10-12)
13 – Reconhecemos que somos peregrinos nesta terra.
Não temos, portanto, ambições materiais de conquistar esta terra, pois “nossa
pátria está nos céus, de onde aguardamos a vinda do nosso salvador, Jesus
Cristo”. (1 Pe 2.11)
14 – Nossas petições devem sempre sujeitar-se à
vontade de Deus. “Determinar”, “reivindicar”, “ordenar” e outros verbos
autoritários não encontra eco nas Escrituras Sagradas. (Lc 22.42)
15 – Afirmamos que a frase “Pare de sofrer”,
exposta em muitas igrejas, não reflete a verdade bíblica. Em toda a Palavra de
Deus fica clara a idéia de que o cristão passa por sofrimentos, às vezes
cruéis, mas ele nunca está sozinho em seu sofrer. (Rm 8.35-37)
16 – Reafirmamos que, nenhuma condenação há para os
que estão em Cristo Jesus, sendo os mesmos livres de quaisquer maldições
passadas, conhecidas ou não, pelo poder da cruz e do sangue de Cristo, que nos
livra de todo o pecado e encerra em si mesmo toda a maldição que antes estava
sobre nós. (Rm 8.1)
17 – Entendemos que a natureza criada participa das
dores, angústias e conseqüências da queda do homem, e que aguarda com ardente
expectativa a manifestação dos filhos de Deus. O que não significa que nós,
cristãos, tenhamos que ser negligentes com a natureza e o meio-ambiente, uma
vez que Deus não apenas criou tudo, mas também “viu que era bom" (Rm
8.19-23; Gn 1.31)
18 – Reconhecemos a suficiência e plenitude da
graça de Cristo, não necessitando assim, de quaisquer sacrifícios ou barganhas
para se alcançar a salvação e favores de Deus. (Ef 2.8-9)
19 – Reconhecemos também a suficiência da graça em
TODOS os aspectos da vida cristã, dizendo com isso que não há nada que possamos
fazer para “merecermos” a atenção de Deus. (Rm 3.23; 2 Co 12.9)
20 – Que nossos cultos sejam mais revestidos de
elementos de nossa cultura. Que a brasilidade latente em nossas veias também sirva
como elemento de adoração e liturgia ao nosso Deus. (1 Co 7.20)
21 – Que entendamos que vivemos num “país tropical,
abençoado por Deus, e bonito por natureza”. Portanto, que não seja mais
“obrigatório” aos pastores e líderes o uso de trajes mais adequados ao clima
frio ou extremamente formais. Que celebremos nossa tropicalidade com graça e
alegria diante de Deus e dos homens. (1 Co 9.19-23)
22 – Que nossa liturgia seja leve, alegre,
espontânea, vibrante, como é o povo brasileiro. Que haja brilho nos olhos
daqueles que se reúnem para adorar e ouvir da Palavra e que Deus se alegre de
nosso modo brasileiro de cultuá-LO. (Salmo 100)
23 – Que as igrejas entendam que Deus pode ser
adorado em qualquer ritmo, e que a igreja brasileira seja despertada para a riqueza
dos vários sons e ritmos brasileiros e entenda que Deus pode ser louvado
através de um baião, xote, milonga, frevo, samba, etc... Da mesma forma,
rejeitamos o preconceito, na verdade um racismo velado, contra instrumentos e
danças de origem africana, como se estes, por si só, fossem intrinsecamente
ligados a alguma forma de feitiçaria. (Sl 150)
24 – Que retornemos ao princípio bíblico, vivido
pela igreja chamada primitiva, de que “ninguém considerava exclusivamente sua
nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.” (At 4.32)
25 – Que não condenemos nenhum irmão por ter caído
em pecado, ou por seu passado. Antes, seguindo a Palavra, corrijamos a ovelha
ferida com espírito de brandura, guardando-nos para que não sejamos também
tentados. O que não significa, por outro lado, conivência com o pecado
praticado de forma contumaz. (Gl 6.1; 1 Co 5)
26 – Que ninguém seja culpado por duvidar de algo.
Que haja espaço em nosso meio para dúvidas e questionamentos. Que ninguém seja
recriminado por “falta de fé”. Que haja maturidade para acolher o fraco e
sabedoria para ensiná-lo na Palavra. A fé vem pelo ouvir, e o ouvir da Palavra
de Deus. (Rm 14.1; Rm 10.17)
27 – Que a igreja reconheça que são as portas do
inferno que não prevalecerão contra ela e não a igreja que tem que se defender
do “exército inimigo”. Que essa consciência nos leve à prática da fé e do amor,
e que isso carregue consigo o avançar do Reino de Deus sobre a terra. (Mt
16.18)
28 – Cremos na plena ação do Espírito Santo, mas
reconhecemos que em muitas situações e igrejas, há enganos em torno do ensino
sobre dons e abusos em suas manifestações. (Hb 13.8; 1 Co 12.1)
29 – Que nossas estatísticas sejam mais realistas e
não utilizadas para, mentindo, “disputarmos” quais são as maiores igrejas; o
Reino é bem maior que essas futilidades. (Lc 22.24-26)
30 – Que os neófitos sejam tratados com carinho,
ensinados no caminho, e não expostos aos púlpitos e à “fama” antes de estarem
amadurecidos na fé, para que não se ensoberbeçam e caiam nas ciladas do diabo.
(1 Tm 3.6)
31 – Que saibamos valorizar a nossa história,
certos de que homens e mulheres deram suas vidas para que o Evangelho chegasse
até nós. (Hb 12.1-2)
32 – Que sejamos conhecidos não por nossas roupas
ou por nossos jargões lingüísticos, mas por nossa ética e amor para com todos
os homens, refletindo assim, a luz de Cristo para todos os povos. (Mt 5.16)
33 – Que arda sempre em nosso peito o desejo de ver
Cristo conhecido em todas as culturas, raças, tribos, línguas e nações. Que
missões seja algo sempre inerente ao próprio ser do cristão, obedecendo assim à
grande comissão que Jesus nos outorgou. (Mt 28.18-20)
34 – Reconhecemos que muitas igrejas chamam de
pecado aquilo que a Bíblia nunca chamou de pecado. (Lc 11.46)
35 – A participação de cristãos e pastores em
entidades e sociedades secretas é perniciosa e degradante para a simplicidade e
pureza do evangelho. Não entendemos como líderes que dizem servir ao Deus vivo
sujeitam-se à juramentos que vão de encontro à Palavra de Deus, colocando-se em
comunhão espiritual com não cristãos declarando-se irmãos, aceitando outros
deuses como verdadeiros. (Lv 5.4-6,10; Ef 5.11-12; 2 Co 6.14)
36 – Rejeitamos a idéia do messianismo político,
que afirma que o Brasil só será transformado quando um “justo” (que na
linguagem das igrejas significa um membro de igreja evangélica) dominar sobre
esta terra. O papel de transformação da sociedade, pelos princípios cristãos,
cabe à Igreja e não ao Estado. O Reino de Deus não é deste mundo, e lamentamos
a manipulação e ambição de alguns líderes evangélicos pelo poder terreal. (Jo
18.36)
37 – Que os púlpitos não sejam transformados em
palanques eleitorais em épocas de eleição. Que nenhum pastor induza o seu
rebanho a votar neste ou naquele candidato por ser de sua preferência ou
interesse pessoal. Que haja liberdade de pensamento e ideologia política entre
o rebanho. (Gl 1.10)
38 – Que as igrejas recusem ajuda financeira ou
estrutural de políticos em épocas de campanha política a fim de zelarem pela
coerência e liberdade do Evangelho. (Ez 13.19)
39 – Que os membros das igrejas cobrem esta atitude
honrada de seus líderes. Caso contrário, rejeitem a recomendação perniciosa de
sua liderança. (Gl 2.11)
40 – Negamos, veementemente, no âmbito político,
qualquer entidade que se diga porta-voz dos evangélicos. Nós, cristãos
evangélicos, somos livres em nossas ideologias políticas, não tendo nenhuma
obrigação com qualquer partido político ou organização que se passe por nossos
representantes. (Mt 22.21)
41 – O versículo bíblico “Feliz a nação cujo Deus é
o Senhor” não deve ser interpretado sob olhares políticos como “Feliz a nação
cujo presidente é evangélico” e nem utilizado para favorecer candidatos que se
arroguem como cristãos. (Sl 144.15)
42 – Repugnamos veementemente os chamados
“showmícios” com artistas evangélicos. Entendemos ser uma afronta ao verdadeiro
sentido do louvor a participação desses músicos entoando hinos de “louvor a
Deus” para angariarem votos para seus candidatos. (Ex 20.7)
43 – Cremos que o Reino também se manifesta na
Igreja, mas é maior que ela. Deus não está preso às paredes de uma religião. O
Espírito de Deus tem total liberdade para se manifestar onde quiser
independente de nossas vontades. (At 7.48-49)
44 – Nenhum pastor, bispo ou apóstolo (ou qualquer
denominação que se dê ao líder da igreja local) é inquestionável. Tudo deve ser
conferido conforme as Escrituras. Nenhum homem possui a “patente” de Deus para
as suas próprias palavras. Portanto, estamos livres para, com base nas Escrituras,
questionarmos qualquer palavra que não esteja de acordo com as mesmas. (At
17.11)
45 – Ninguém deve ser julgado por sua roupa,
maquiagem ou estilo. As opiniões pessoais de pastores e líderes quanto ao
vestuário e estilo pessoal não devem ser tomadas como Palavras de Deus e são
passíveis de questionamentos. Mas que essa liberdade pessoal seja exercida como
servos de Cristo, com sabedoria e equilíbrio. (Rm 14.22)
46 – Que nenhum pastor, bispo ou apóstolo se
utilize do versículo bíblico “não toqueis no meu ungido”, retirando-o do
contexto, para tornarem-se inquestionáveis e isentos de responsabilidade por
aquilo que falam e fazem no comando de suas igrejas. (Ez 34.2; 1 Cr 16.22)
47 – Que ninguém seja ameaçado por seus líderes de
“perder a salvação” por questionarem seus métodos, palavras e interpretações.
Que essas pessoas descansem na graça de Deus, cientes de que, uma vez salvas
pela graça estão guardadas sob a égide do sangue do cordeiro, de cujas mãos,
conforme Ele mesmo nos afirma, nenhuma ovelha escapará. (Jo 10.28-29)
48 – Que estejamos cada vez mais certos de que Deus
não habita em templos feitos por mãos de homens. Que a febre de erguermos
“palácios” para Deus dê lugar à simplicidade e humildade do bebê que nasce na
manjedoura, e nem por isso, deixa de ser Rei do Universo. (At 7.48-50)
49 – Que nenhum movimento, modelo, ou “pacote”
eclesiástico seja aceito como o ÚNICO vindo de Deus, e nem recebido como a
“solução” para o crescimento da igreja. Cremos que é Deus quem dá o crescimento
natural a uma igreja que se coloca sob Sua Palavra e autoridade. (At 2.47; 1 Co
3.6)
50 – Que nenhum grupo religioso julgue-se superior
a outro pelo NÚMERO de pessoas que aderem ao seu “mover”. Nem sempre
crescimento numérico representa crescimento sadio. (Gl 6.3)
51 – Que a idolatria evangélica para com pastores,
apóstolos, bispos, cantores, seja banida de nosso meio como um câncer é
extirpado para haver cura do corpo. Que a existência de fã-clubes e a
“tietagem” evangélica sejam vistos como uma afronta e como tentativa de se
dividir a glória de Deus com outras pessoas. (Is 42.8; At 10.25-26)
52 – Reafirmamos que o véu, que fazia separação
entre o povo e o lugar santo, foi rasgado de alto a baixo quando da morte de
Cristo. TODO cristão tem livre acesso a Deus pelo sangue de Cristo, não
necessitando da mediação de quem quer que seja. (Hb 4.16; 2 Tm 2.15)
53 – Que os pastores, bispos e apóstolos
arrependam-se de utilizarem-se de argumentos fúteis para justificarem suas
vidas regaladas. Carro importado do ano, casa nova e prosperidade financeira
não devem servir de parâmetros para saber se um ministério é ou não abençoado.
Que todos nós aprendamos mais da simplicidade de Cristo. (Mt 8.20)
54 – Não reconhecemos a autoridade de bispos,
apóstolos e líderes que profetizam a respeito de datas para a volta de Cristo.
Ninguém tem autoridade para falar, em nome de Deus, sobre este assunto. (Mc
13.32)
55 – “O profeta que tiver um sonho, conte-o como
sonho. Mas aquele a quem for dado a Palavra de Deus, que pregue a Palavra de Deus.”
Que sejamos sábios para não misturar as coisas. E as profecias, ainda que não
devam ser desprezadas, devem ser julgadas, retendo o que é bom e descartando
toda forma de mal. (Jr 23.28; 1 Ts 5.20-22)
56 – Que o ministério pastoral seja reconhecidamente
um dom, e não um título a ser perseguido. Que aqueles que exercem o ministério,
sejam homens ou mulheres, o exerçam segundo suas forças, com todo o seu coração
e entendimento, buscando sempre servir a Deus e aos homens, sendo realmente
ministros de Deus. (1 Tm 3.1; Rm 12.7)
57 – Que os cânticos e hinos sejam mais
centralizados na pessoa de Deus no que na primeira pessoa do singular (EU). (Jo
3.30)
58 – Que ninguém seja obrigado a levantar as mãos,
fechar os olhos, dizer alguma coisa para o irmão do lado, pular, dançar... mas
que haja liberdade no louvor tanto para fazer essas coisas como para não fazer.
E que ninguém seja julgado por isso. (2 Co 3.17)
59 – Que as nossas crianças vivam como crianças e
não sejam obrigadas a se tornarem como nós, adultos, violentando a sua infância
e fazendo com que se tornem “estrelas” do evangelho ou mesmo “produtos” a serem
utilizados por aduladores e pastores que visam, antes de tudo, lotarem seus
templos com “atrações” curiosas, como “a menor pregadora do mundo”, etc... (Lc
18.16; 1 Tm 3.6)
60 – Que as “Marchas para Jesus” sejam realmente
para Jesus, e não para promover igrejas que estão sob suspeita e líderes
questionáveis. Muito menos para promover políticos e aproveitadores desses
mega-eventos evangélicos. (1 Co 10.31)
61 – Nenhuma igreja ou instituição se julgue
detentora da salvação. Cristo está acima de toda religião e de toda instituição
religiosa. O Espírito é livre e sopra onde quer. Até mesmo fora dos arraiais
“cristãos”. (At 4.12; Jo 3.8)
62 – Que as livrarias ditas “cristãs” sejam
realmente cristãs e não ajudem a proliferar literaturas que deturpam a palavra
de Deus e que valorizam mais a experiência de algumas pessoas do que o
verdadeiro ensino da Palavra. (Mq 3.11; Gl 1.8-9)
63 – Cremos que “declarações mágicas” como “O
Brasil é do Senhor Jesus” e outras equivalentes não surtem efeito algum nas
regiões celestiais e servem como fator alienante e fuga das responsabilidades
sociais e evangelísticas realmente eficazes na propagação do Evangelho. (Tg
2.15-16)
64 – Consideramos uma afronta ao Evangelho as novas
unções como “unção dos 4 seres viventes”, “unção do riso”, etc... pois além de
não possuírem NENHUM respaldo bíblico ainda expõem as pessoas a situações
degradantes e constrangedoras. (2 Tm 4.1-4)
65 – Cremos, firmemente, que todo cristão genuíno,
nascido de novo, já possui a unção que vem de Deus, não necessitando de “novas
unções”. (1 Jo 2.20,27)
66 – Lamentamos a transformação do culto público a
Deus em momentos de puro entretenimento “gospel”, com a presença de animadores
de auditório e pastores que, vazios da Palavra, enchem o povo de bobagens e
frases de efeito que nada tem a ver com a simplicidade e profundidade do
Evangelho de Cristo. (Rm 12.1-2)
67 – É necessário uma leitura equilibrada do livro
de Cantares de Salomão. A poesia, muitas vezes erótica e sensual do livro tem
sido de forma abusiva e descontextualizada atribuída a Cristo e à igreja. (Ct
1.1)
68 – Não consideramos qualquer instrumento, seja de
que origem for, mais santo que outros. Instrumentos judaicos, como o shophar,
não têm poderes sobrenaturais e nem são os instrumentos “preferidos” de Deus.
Muitas igrejas têm feito do shophar “O” instrumento, dizendo que é ordem de
Deus que se toque o shophar para convocar o povo à guerra. Repugnamos essa
idéia e reafirmamos a soberania de Deus sobre todos os instrumentos musicais.
(Sl 150)
69 – Rejeitamos a idéia de que Deus tem levantado o
Brasil como o novo “Israel” para abençoar todos os povos. Essa idéia surge de
mentes centralizadoras e corações desejosos de serem o centro da voz de Deus na
Terra. O SENHOR reina sobre toda a Terra e ama a todos os povos com Seu grande
amor incondicional. (Jo 3.16)
70 – Lamentamos o estímulo e o uso de “amuletos”
cristãos como “água do rio Jordão”, “areia de Israel” e outros que transformam
a fé cristã numa fé animista e necessitada de “catalisadores” do poder de Deus.
(Hb 11.1)
71 – Que o profeta que “profetizar” algo e isso não
se cumprir, seja reconhecido como falso profeta, segundo as Escrituras. (Ez
13.9; Dt 18.22)
72 – Rejeitamos as músicas que consistem de
repetições infindáveis, a fim de levar o povo ao êxtase induzido, fragilizando
a mente de receber a Palavra e prestar a Deus culto racional, conforme as
Escrituras. (Rm 12.1-2; 1 Co 14.15)
73 – Deixemos de lado a busca desenfreada de
títulos e funções do Antigo Testamento, como levitas, gaditas, etc... Tudo se
fez novo em Cristo Jesus, onde TODOS nós fomos feitos geração eleita,
sacerdócio real, nação santa e povo adquirido. Da mesma forma, rejeitamos a
sacralização da cultura judaica, como se esta fosse mais santa que a brasileira
ou do que qualquer outra. Que então os ministros e dirigentes de música sejam
simplesmente ministros e dirigentes de música, exercendo talentos e dons que
Deus livremente distribuiu em Sua igreja, não criando uma “classe superior” de
“levitas”, até porque os mesmos já não existem entre nós. (Rm 12.3-5; 1 Pe 2.9)
74 – Que se entenda que tijolos são apenas tijolos,
paredes são apenas paredes e prédios são apenas prédios. Que os termos
"Casa do Senhor" e "Templo" sejam utilizados somente para
fazer menção a pessoas, e nunca a lugares. Que nossos palcos não sejam
erroneamente chamados de "altares", uma vez que deles não emana
nenhum "poder" ou "unção" especial. (At 17:24, I Cor 6-19)
75 – Que haja consciência sobre aquilo que se
canta. Que sejamos fiéis à Palavra quando diz “cantarei com o meu espírito, mas
também cantarei com meu entendimento”. (1 Co 14.15)
76 – Não consideramos que “há poder em nossas
palavras” como querem os adeptos dessa teologia da “confissão positiva”. Deus
não está sujeito ao que falamos e não serão nossas palavras capazes de trazer
maldição ou benção sobre quem quer que seja, se essa não for, antes de tudo, a
vontade expressa de Deus através de nossas bocas. (Gl 1.6-7)
77 – Rejeitamos a onda de “atos proféticos” que,
sem base e autoridade nas Escrituras, confundem e desvirtuam o sentido da
Palavra, ainda comprometendo seriamente a sanidade e a coerência das pessoas
envolvidas. (Mt 7.22-23)
78 - Apresentar uma noiva pura e gloriosa,
adequadamente vestida para o seu noivo, não consiste em “restaurar a adoração”
ou apresentar a Deus uma falsa santidade, mas em fazer as obras que Jesus fez —
cuidar dos enfermos e quebrantados de coração, pregar o evangelho aos humildes,
e viver a cada respirar a vontade de Deus revelada na Sua palavra — deixando
para trás o pecado, deixando para trás o velho homem, e nos revestindo no novo
(Tg 1.27)
79 – Discordamos dos “restauradores das coisas
perdidas” por não perceberem a mão de Deus na história, sempre mantendo um
remanescente fiel à Palavra e ao Testemunho. Dizer que Deus está “restaurando a
adoração”, “restaurando o ministério profético”, etc... é desprezar o sangue
dos mártires, o testemunho dos fiéis e a adoração prestada a Deus durante todos
esses séculos. (Hb 12.1-2)
80 – Lamentamos a transformação da fé cristã em
shows e mega-eventos que somos obrigados a assistir nas TVs, onde a figura
humana e as ênfases nos “milagres” e produtos da fé sobrepujam as Escrituras e
a pregação sadia da Palavra de Deus. (Jo 3.30)
81 – Deus não nos chamou para sermos “leões que
rugem”, mas fomos considerados como ovelhas levadas ao matadouro, por amor a
Deus. Mas ainda assim, somos mais que vencedores por Aquele que nos amou. (Lc
10.3; Rm 8.36)
82 – Entendemos como abusivas as cobranças de
“cachês” para “testemunhos”. Que fique bem claro que aquilo que é recebido de
graça, deve ser dado de graça, pois nos cabe a obrigação de pregar o evangelho.
(Mt 10.8)
83 – Que movimentos como “dança profética”, “louvor
profético” e outros “moveres proféticos” sejam analisados sinceramente segundo
as Escrituras e, por conseqüência, deixados de lado pelo povo que se chama pelo
nome do Senhor. (2 Tm 4.3-4)
84 – Que a cruz de Cristo, e não o seu trono, seja
o centro de nossa pregação! (1 Co 2.2)
85 – Reafirmamos que, quaisquer que sejam as
ofertas e dízimos, que sejam entregues por pura gratidão, e com alegria. Que
nunca sejam dados por obrigação e nem entregues como troca de bênçãos para com
Deus. Muito menos sejam dados como fruto do medo do castigo de Deus ou de seus
líderes. Deus ama ao que dá com alegria! (2 Co 9.7)
86 – Que a igreja volte-se para os problemas
sociais à sua volta, reconheça sua passividade e volte à prática das boas
obras, não como fator para a salvação, mas como reflexo da graça que se
manifesta de forma visível e encarnada. “Pois tive fome... e me destes de
comer...” (Mt 25.31-46; Tg 2.14-18; Tg 1.27)
87 – Cremos, conforme a Palavra que há UM SÓ
MEDIADOR entre Deus e os homens – Jesus Cristo. Nenhuma igreja local, ou seu
líder, podem arrogar para si o direito de mediar a comunhão dos homens e Deus.
(1 Tm 2.5)
88 – Lamentamos o comércio que em que se
transformou a música evangélica brasileira. Infelizmente impera, por exemplo, a
“máfia” das rádios evangélicas, que só tocam os artistas de suas respectivas
gravadoras, alienam o nosso povo através da massificação dos “louvores”
comerciais, e não dão espaço para tanta gente boa que há em nosso meio, com
compromisso de qualidade musical e conteúdo poético, lingüístico e,
principalmente, bíblico. (Mc 11.15-17)
89 – Que os pastores ajudem a diminuir a indústria
de testemunhos e a “máfia” das gravadoras evangélicas. Que valorizem a simples
pregação da Palavra ao invés do espetáculo “gospel” a fim de terem igrejas
“lotadas” para ouvirem as “atrações” da fé. Da mesma forma, rejeitamos o
triunfalismo e o ufanismo no qual se transformou a música evangélica atual, que
só fala em 'vitória', 'poder' e 'unção' mas se esqueceu de coisas muito mais
fundamentais como 'graça', 'misericórdia' e 'perdão'. (1 Pe 5.2)
90 – Que sejamos livres para “examinarmos tudo e
retermos o que é bom” , sem que líderes manipuladores tentem impor seus
preconceitos, principalmente na forma de intimidações. Que nenhum líder use o
jargão "Deus me falou" como forma de amedrontar qualquer um que ousar
questionar suas idéias. (1 Ts 5.21)
91 – Somente as Escrituras. (Jo 14.21;17.17)
92 – Somente a Graça. (Ef 2.8-9)
93 – Somente a Fé. (Rm 1.17)
94 – Somente Cristo. (At 17.28)
95 – Glória somente a Deus (Jd 24-25)
Amigo Moises, está ficando ótimo seus conteúdos são riquíssimos! paz
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