Por Vinícius
Musselman Pimente
Comecei neste semestre o Seminário Martin Bucer, e na aula magna deste
semestre, pregada na Igreja Batista da Graça, em São José dos Campos, o Pr.
Paulo César do Valle nos lembrou de como em pouco tempo (cerca de 3 anos!*) a
igreja da Galácia havia deixado o evangelho da graça. Paulo, admirado, escreve:
Admira-me que estejais passando tão
depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, (Gl
1:6)
Que alerta é este para nós! Três anos e uma igreja inteira praticamente apostatou. Como cresce a erva daninha da heresia! E, para nosso espanto, uma igreja plantada pelo próprio apóstolo Paulo! Não devemos estar todos atentos? Pastores, vocês estão atentos ao fato de que tão depressa as ovelhas que lhe foram confiadas podem estar crendo em heresias? Pais, vocês estão alertas à possibilidade de que em três anos seus filhos podem estar apostatando? E, não só aqueles que estão em posição de liderança. Você, membro de igreja, não fica preocupado com o que alerta Hebreus 3:12,13? Você o pratica? Encoraja seu irmão a cada dia e é encorajado por seu irmão a cada dia?
Tende cuidado, irmãos, jamais
aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos
afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o
tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado. (Hebreus 3:12,13)
Será que não menosprezamos o poder
enganador do pecado para endurecer nossos corações? Lembremo-nos dos vários
episódios no Antigo Testamento – escrito para nosso ensino (Romanos 15:4) –
onde, em poucas gerações, a nação de Israel abandonara o Senhor e Seus
preceitos (o livro inteiro de Juízes, especialmente, 2:10,11 e os reis em
Crônicas). Não dizemos todos que destruir é muito mais fácil que construir?
Mas não desanimemos. “Atribulados,
mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados” (2 Co4:8). E o motivo de
nosso ânimo é que embora grande seja o poder enganador do pecado, maior é o
poder de Deus, o qual fazer grandes coisas por seu povo e em pouco tempo, como
nos testemunha o reinado de Ezequias:
Ezequias e todo o povo regozijavam-se
com o que Deus havia feito por seu povo, e tudo em tão pouco tempo. (2Cr 29:36)
Oremos para que Deus traga tal graça
à nossa geração a fim de voltarmos ao Evangelho a cada dia. Oremos para que
possamos vigiar e orar (Mc 14:38), vigiar e ensinar, vigiar e encorajar.
Lembremos que para edificar algo esforço e energia são necessários. Precisamos
ativamente lutar contra a tendência do nosso coração tão propensa a desviar-se,
através da leitura da Palavra, da oração e do encorajamento mútuo entre os
irmãos. Precisamos manter um equilíbrio saudável de alerta e confiança –
cautela contra os enganos do pecado, do mundo e do diabo e esperançosos no poder
de Deus. Sem cair no extremo da confiança ingênua, que não vigia e, portanto,
não ora, pois é a angústia da tribulação que nos leva à oração (como bem nos
exemplifica os salmos), nem no outro extremo do temor paralisante, que não
vigia, nem ora, pois não confia no poder libertador de Deus.
Vigiai e orai!
*A data, obviamente, é aproximada.
Estima-se que Paulo plantou a igreja na Galácia em sua primeira viagem
missionária (46-47 d.C.) e escreveu a epístola aos Gálatas antes do concílio em
Jerusalém (48-49 d.C.)
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Direto do Voltemos ao evangelho. Divulgação: Púlpito Cristão.
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