Não podemos nos calar
Postado por: Moisés Freitas
Muitos que abraçaram a fé em Jesus Cristo estão indignados com o atual momento vivido pelas igrejas ao nosso redor.
Diante das extravagâncias surgidas nos púlpitos brasileiros. A cada dia uma nova prática anti e extrabíblicas.
E não podemos apenas chamar de modismo certas práticas, pois são verdadeiras heresias.
As críticas que antes corriam apenas entre irmãos, agora tomam corpo e são divulgadas em sites e blogs.
Não podemos nos calar diante de tamanha irracionalidade. Não podemos ser omissos, temos um compromisso com as Boas Novas.
Todos precisam saber que tais tolices como visto abaixo, estão à margem do evangelho que nos foi ensinado por Jesus Cristo. Na verdade, trata-se de outro evangelho.
Veja o que o Apóstolo Paulo fala sobre ensinamentos estranhos:
Gálatas 1 6-9
6 - Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho,
7 - o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.
8 - Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.
9 - Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.
Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus, que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito, que não recebestes, ou outro evangelho, que não abraçastes, com razão o sofrereis.
O que vemos atualmente são muitos púlpitos festivos.
Encenações inusitadas, objetos ungidos e mágicos, entrevista com demônios, amuletos, mercadorias diversas, cadeira da cirurgia espiritual, apóstolo sento chamado de pai, etc. Tudo é válido para atrair novos adeptos.
A impressão que se tem, é que o evangelho da forma que foi anunciado pelos apóstolos nos primeiros tempos, já não serve para os dias atuais. Falar de pecado, arrependimento, perdão e santidade se tornaram antiquado, obsoleto, repreensível.
É preciso entreter os ouvintes, apresentar uma nova “revelação” ou uma nova “unção” a cada semana.
Mas, o que é preciso mesmo e com urgência, é denunciar o que estão fazendo com o evangelho.
Pessoas que já não sabem o significado da palavra cristão. Não sabem sequer por que Jesus morreu.
Sabem apenas que devem obedecer a seus “líderes” no que instruírem, sem questionar. Senão, virá sobre eles o “castigo de Deus”.
Têm nas ofertas de dinheiro como meio de obter bênçãos espirituais e materiais.
Não conhecem o evangelho da renúncia, da resignação, do sofrimento, do carregar a cruz, do contentar-se com o pouco.
Certa vez conversando com um irmão, ele disse: “Se sirvo a Jesus, quero ser rico, ter uma boa casa e carro importado”. Mas, independente de seguir a Jesus ou não, todos querem o mesmo.
Acredito não ser o único que conhece alguém com esse pensamento.
O tempo passou e nada disso aconteceu. Ele e seus pais ficaram desiludidos, pois as “promessas” não se cumpriram.
Li certa vez um artigo com o titulo: Igrejas cheias de pessoas vazias.
Ele havia crido nas propagandas feitas pelos tele-evangelistas, que prometem mundos e fundos, acreditou nos testemunhos falsos de pessoas que ficaram ricas da noite para o dia.
Li alguns artigos que diziam o seguinte:
Que um grupo de cristãos, liderados pelo pastor, alugou um helicóptero e com dezenas de litros de óleo, passou a ungindo a cidade do Rio de Janeiro, derramando uma caneca de óleo aqui outra ali. De onde este líder tirou essa ideia? E como conseguiu envolver fazer como que fosse apoiado em algo tão sem nexo?
Com certeza disse ser uma “revelação” de Deus.
Ainda mais incrível, foi o uso de urina para demarcar território.
Em determinado Estado, um grupo de irmãos, liderado pelo pastor da igreja, entendeu que deveria demarcar seu território com urina, como fazem os leões e lobos.
Quando li a notícia, acreditei na hora. Pois, com tantas abominações. Como duvidar de mais uma?
Imagine se este louco líder disser ter recebido uma “revelação” para demarcarem seus territórios com fezes?
Existem muito mais dessas loucuras por aí.
Pelas perguntas e respostas a seguir é possível comparar o evangelho de ontem com o de hoje.
Após ouvirem a pregação de Pedro, muitos, compungidos perguntaram: “Que faremos”? ”Pedro respondeu: “Arrependei-vos” e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo” (At 2.37-38).
A resposta, hoje, seria: “Participe das campanhas, faça o sacrifício do dar tudo e seja próspero”.
Atendendo a curiosidade de Nicodemos, Jesus disse: “Quem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3).
A resposta no outro evangelho: “Seja dizimista fiel”.
Se alguém perguntasse a Tiago o que deveria fazer para livrar-se dos encostos, ele prontamente diria: “Sujeitai-vos a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7).
A resposta do evangelho festivo seria: “Use sal grosso, sabonete de descarrego, vassouras, fitas, colares, cajados, pedras, e seja dizimista fiel”.
Se o pecado do rei Davi – adultério e coautoria num homicídio - fosse aos dias de hoje, a culpa seria do encosto que estaria nele.
Cinquenta quilos de sal grosso, uma dúzia de sabonetes seria necessária para pôr o encosto em retirada e nada que a sessão do descarrego não resolva.
As indagações sobre como ter o necessário à vida, Jesus respondeu: “Não pergunteis que haveis de comer, ou que haveis de beber, e não andeis inquietos. Buscai antes o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Lc 12.29,31).
A resposta no evangelho da prosperidade: “Toque no lençol mágico”.
O Apóstolo Paulo confessa que “orou três vezes ao Senhor” para que o livrasse de um espinho na carne. Mas o Senhor, em vez de atendê-lo, respondeu: “A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.
Reconhecendo a vontade soberana de Deus, Paulo se conforma e continua com seu espinho. E declara:
“Portanto, de boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas”, pelo que “sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Pois quando estou fraco, então é que sou forte” (2 Co 12.7-10).
A orientação para esses casos, nos púlpitos festivos, é a seguinte: “Exija de Deus seus direitos”.
Sofredores como o Apóstolo Paulo, o servo Jó e muitos outros desconheciam esse caminho “legal” para exigir direitos assegurados.
Por essas razões, faltam conversões verdadeiras, restaurações, santidade e conhecimento bíblico de fato.
Este ensino de que crente não deve chorar, nem passar por qualquer tipo de sofrimento e que deve ser próspero, (prosperidade no sentido de ter muito dinheiro e bens) e não a prosperidade bíblica, não tem base nas Escrituras Sagradas.
Prosperidade, no sentido bíblico, é a medida das bênçãos de Deus, segundo Sua vontade. Não se trata apenas de “ser rico” ou ter “ótima saúde”, mas possuir: sabedoria, dons, boa (boa) esposo (a), filhos obedientes e fiéis a Deus, honra, paz, segurança, etc.
A verdade, é que muitos desconhecem, que a fidelidade a Deus, não nos garante uma vida livre de dores, aflições e sofrimento.
Afirmar que não haverá dores, tristezas e outras coisas, não é real. Não que eu seja adepto do pensamento de que os que seguem ao Mestre tenham que ser miseráveis e cheios de males sobre si, não é isso.
Quem não gostaria de parar de sofrer, não temer o desemprego, não ter que chorar a perda de um familiar, ou seja, ter uma vida no céu, enquanto está na terra.
“No mundo tereis aflições; na verdade todos os que desejam viver piamente em Cristo padecerão perseguições” (Jo 16.33; 2 Tm 3.12).
Apesar da fidelidade a Deus, o Apóstolo Paulo enfrentou várias provações, naufrágio, tempestade, prisões, etc.
E ele não foi o único que sofreu perseguições.
Aconselho caso ainda não conheça, os seguintes livros:
As Catacumbas de Roma.
História do Cristianismo
Os Mártires do Coliseu
Didaquê: As instruções dos Apóstolos
Super Crentes
Todos estão postados no blog.
Graça e Paz!
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