Enviado por folhagospel em 10/05/2012
Um
vídeo mostra a pregação de um pastor (ou ancião) das Testemunhas Jeová sobre
como a família deve “repudiar” seus membros que foram expulsos da igreja por
não se ajustarem às normas divinas.
As recomendações, segundo
o pastor, valem para mães contra os filhos, para filhos contra as mães,
igualmente em relação aos pais, irmãos, avós, tios, primos, cunhados, etc. É
assim que Jeová quer, disse.
Após ter dito “repudiar”,
o pastor deu conta de que se trata de um verbo muito duro e o substituiu por
“cortar relação”.
Antes, comparando os fiéis
a crianças, ele disse que em todas as religiões quem não for “disciplinado” é
expulso da convivência dos demais. Explicou que, no caso das Testemunhas de Jeová,
essa pessoa é chamada de “desassociada”.
O pastor se preocupou em
fundamentar com textos bíblicos a sua didática sobre a exclusão dos
desajustados. Ele leu, por exemplo, 1 Corintios 5:11, onde o apóstolo Paulo
afirma que o devoto não pode ter convivência com fornicador, ganancioso,
idólatra, injuriador, beberão ou extorsor, “nem sequer comendo com tal homem”.
E, se houver persistência no erro, “removei o homem iníquo dentre vós”.
O vídeo de 24 minutos foi
postado na internet por uma comunidade de ex-Testemunhas de Jeová, que é
formada principalmente por desassociados. Não há informação sobre o nome do
pastor e sobre quando e onde foi feita a pregação.
Ao final do vídeo, o
pastor reconheceu ser difícil “cortar a relação” com pessoas com as quais se
vive em casa, pais e filhos, por exemplo. Nesse caso, disse, o relacionamento
deve se restringir ao "necessário” porque não dá para "ficar
mudo". Orientou que, quando se tratar de familiares que moram em casas
diferentes, o rompimento tem de ser total, exceto se for preciso dar
assistência a doentes.
A discriminação das
Testemunhas de Jeová aos desassociados se tornou notória, tanto quanto o seu
veto à transfusão de sangue.
Em meados de 2011, a
procuradora Nilce Cunha Rodrigues, do Ministério Público Federal no Ceará,
moveu uma ação civil pública contra as TJs porque, para ela, a denominação
pratica a discriminação com o propósito de “infligir sofrimentos” aos ex-fiéis
“como forma de punição” pelo seu afastamento do ensinamento bíblico.
Como era de se esperar,
dirigentes das TJs têm negado que praticam a intolerância contra ex-fiéis, mas
a pregação do pastor pela destruição familiar, como mostra o vídeo, não deixa
margem para dúvida.
Fonte:
Paulopes
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